O Estado de São Paulo é o que apresenta o maior número absoluto de casos e mortes por covid-19 – doença causada pelo novo coronavírus (Sars-CoV-2). A pandemia forçou a construção de hospitais de campanha, a finalização de obras da saúde e a entrega de novos leitos de UTI (unidades de tratamento intensivo).
Mesmo com os esforços do governo estadual e de prefeitos das 645 cidades, a condição da saúde pública em São Paulo poderia estar melhor. Isso porque, segundo o TCE-SP (Tribunal de Contas do Estado de São Paulo) o estado está com 149 obras paralisadas ou atrasadas na área – equivalente a R$ 270 milhões de investimento.
São hospitais, unidades básicas de saúde e outras estruturas que fazem falta no enfrentamento de uma pandemia como a do coronavírus. Dos projetos, 77 estão parados, enquanto 72 estão em andamento, mas fora do prazo de entrega. Os dados consideram a situação das obras até o fim do primeiro trimestre de 2020.
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O TCE-SP aponta que a capital paulista tem apenas três obras atrasadas, mas duas delas são as mais caras do estado. O Complexo Hospitalar Cotoxó, em Perdizes, zona oeste, tem valor de contrato de R$ 63,4 milhões – R$ 41,5 milhões já foram pagos.
A outra atrasada com valor expressivo é a entrega de leitos de UTI no Hospital das Clínicas, também na zona oeste, com valor inicial de contrato de R$ 34,2 milhões – neste caso, quase R$ 43 milhões foram gastos. No fim de março, a obra foi parcialmente entregue, com a abertura de 38 leitos.
A cidade com mais obras paralisadas é Americana (127 km da capital paulista), com sete projetos. Já a obra com maior atraso é uma UPA (Unidade de Pronto Atendimento) em Osvaldo Cruz (553 km da capital), que tinha previsão inicial de 17 de março de 2011 – mais de nove anos atrás.