O inquérito que apura a morte do menino Miguel Otávio, 5 anos, no início de junho, foi concluído nesta quarta-feira (1º). A primeira-dama do município pernambucano de Tamandaré, Sarí Corte Real, foi indiciada por abandono de incapaz por ter deixado o menino, filho de sua empregada, sozinho no elevador no prédio de luxo em que ela mora, no centro do Recife. Miguel caiu do 9º andar enquanto a mãe, Mirtes Renata Santana, passeava com o cachorro de Sarí.
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De acordo com o delegado Ramon Teixeira, mesmo não tendo a intenção de matar, Sarí deixou o menino sozinho, intencionalmente, no elevador do edifício.
Segundo a polícia, a primeira dama de Tamandaré cometeu um «crime preterdoloso», quando o indiciado pratica um crime distinto do que havia projetado cometer. Em caso de condenação, a pena pode variar de três a 12 anos de prisão.
O caso
Miguel Otávio Santana da Silva morreu depois de cair de uma altura de 35 metros no dia 2 de junho. Deixado aos cuidados de Sarí, enquanto Mirtes estava fora com o cachorro dos patrões, o menino saiu do apartamento e entrou e foi retirado do elevador diversas vezes antes que Sarí o deixasse sozinho. Ela inclusive apertou um dos botões e viu quando a porta fechou.
Mirtes alternava os dias de trabalho na residência do prefeito de Tamandaré com a mãe, também empregada doméstica. Naquele dia em específico, ela levou o menino consigo porque não tinha com quem deixá-lo, já que a avó fora ao médico e ao banco.
A mãe encontrou o menino no chão quando retornou ao prédio e soube que alguém havia caído. Com a ajuda de Sarí, ela o levou para o hospital no carro da família. A patroa chegou a ser indiciada por homicídio culposo, quando não há intenção de matar, mas pagou fiança de R$ 20 mil para responder em liberdade.