A Band dedicou no domingo (19) sua programação a uma de suas maiores vozes. José Paulo de Andrade morreu na sexta-feira aos 78 anos, vítima de complicações causadas pelo novo coronavírus. Ele era casado, pai de dois filhos.
Jornalista, radialista e bacharel em direito, Zé dedicou 57 anos à Rádio Bandeirantes. O Canhão do Rádio, como era conhecido, ganhou o carinho do público com a parceria às manhãs no programa “Pulo do Gato”. Líder de audiência entre 6h e 7h, comandava a atração desde 1973.
Nascido em São Paulo, Zé começou a carreira em 1960 como radioescuta do plantão esportivo da Rádio América. Em 1963, ingressou na Rádio Bandeirantes para atuar como locutor esportivo.
Para homenagear sua maior voz, a Band apresentou um programa especial sobre sua trajetória, com transmissão simultânea pela TV e a Rádio Bandeirantes. Uma missa online também foi realizada pelo Facebook da Paróquia da Assunção de Nossa Senhora. O enterro do jornalista foi restrito à família.
“Com voz firme, amplo conhecimento político-econômico, são-paulino fanático e um dos maiores formadores de opinião do Brasil, José Paulo tinha coração gigante e caráter ímpar. Com 57 anos de Rádio Bandeirantes, José Paulo de Andrade deixará legado indiscutível, um vazio enorme e muitas saudades”, registrou em nota o Grupo Bandeirantes.
Opinião: não era apenas um José
A voz do rádio ficou em silêncio na manhã dessa sexta-feira. Coronavirus levou mais um. Quem não se lembra da voz marcante de José Paulo de Andrade nas ondas AM da Rádio Bandeirantes e sua cadeia verde e amarela nas transmissões de futebol? Naquela época, ondas AMs eram a companhia na sala de visitas de qualquer residência. José Paulo abraçou a Band e a Band fez o mesmo por 57 anos.
O radialista Joel Silva postou em suas infinitas redes sociais que jamais tinha visto uma emissora prestar tão significativa homenagem para um funcionário. José Paulo de Andrade era um brasileiro acima de tudo. Tinha coerência, decência, prestígio pessoal e profissional. Deu o pulo do gato para o apogeu.
Uniu sua voz com outras tão marcantes como a sua. O Grupo Bandeirantes tinha orgulho de tê-lo como funcionário, ele, orgulho da Band. O Brasil tinha orgulho de ter José Paulo de Andrade entre os seus. E quem não teria, não é mesmo?
João Carlos da Silva
Articulista e consultor