Estudo divulgado na publicação científica Annals of Internal Medicine mostrou que a hidroxicloroquina não curou ou acelerou a resposta imunológica de pacientes da covid-19 nos Estados Unidos.
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A pesquisa, feita pela Universidade de Minnesota, nos EUA, acompanhou 491 pessoas com diagnósticos positivos do novo coronavírus. Sem internação, após cinco dias de sintomas, metade dos pacientes recebeu doses da hidroxicloroquina, e o restante recebeu placebo.
Os resultados foram estatisticamente iguais para ambos os grupos, tanto em número de internações, mortes e persistência de sintomas.
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Entre os pacientes que receberam tratamento com hidroxicloroquina, 2% acabaram internados e 24% tiveram sintomas persistentes durante duas semanas. Aqueles que receberam placebo tiveram 3% de internações e 30% tiveram sintomas persistentes pelo mesmo período. Ainda, a taxa de mortalidade foi idêntica para ambos os grupos: 0,4%.
A hidroxicloroquina é um medicamento derivado da cloroquina, e ambas são usadas para tratamento de doenças como lúpus, malária e artrite reumatoide. As substâncias foram consideradas, no início da pandemia global, algumas das mais promissoras no tratamento do coronavírus; no entanto, estudos sucessivos realizados por todo o mundo diminuíram a expectativa de sucesso da droga no controle da doença.
O protocolo de tratamento da covid-19 aplicado no Brasil, e liberado pelo ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello, é um dos mais liberais quanto ao uso da cloroquina e derivados, permitindo seu uso em casos graves ou leves da doença.
O presidente da República, Jair Bolsonaro, também segue em tratamento com a droga, após sua infecção pelo vírus Sars-CoV-2. Ele também realiza monitoramento assíduo de sua atividade cardíaca; um dos efeitos colaterais do uso da cloroquina é a alteração do ritmo cardíaco do paciente.