As academias da cidade de São Paulo registram procura inferior a 50% do planejado pelo setor para as duas primeiras semanas de reabertura. Desde a segunda-feira retrasada, dia 13 de julho, os estabelecimentos estão funcionando seis horas por dia com 30% da capacidade e o resultado é frustrante, segundo a Acad (Associação Brasileira de Academias).
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Os donos das redes comerciais esperavam recuperar pelo menos um quarto do público pré-pandemia, mas dificilmente o movimento chega a metade dessa meta que já é baixa. Mesmo assim, filas e mais filas se formam nas entradas das academias. O diretor da Acad, Richard Bilton, afirma que uma das causas é justamente a limitação a apenas seis horas de abertura.
«Quando você reduz o horário drasticamente para menos de um terço do que você tinha, todo mundo tenta ir naquelas poucas horas. E para dar vazão a isso, realmente precisa ter a fila do lado de fora. Olha, isso não acontecia nem nos tempos normais. Essa restrição num período tão curto está ocasionando isso. Essa seria a primeira coisa resolvida com o horário de atendimento estendido, ou seja, normal», disse Bilton.
Ele ainda aponta que não há motivo para limitar o horário, sendo que já existe a restrição de apenas um aluno a cada 8 m², além das regras de distanciamento, agendamento, higienização e proibição do uso de chuveiros.
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Mudanças
Por isso, a Acad busca um entendimento da prefeitura de São Paulo através de conversas com o presidente da Câmara Municipal, Eduardo Tuma, e pretende marcar uma reunião com o governo do Estado nos próximos dias para discutir uma mudança nas restrições de horário.
O diretor da Associação Brasileira de Academias, Richard Bilton, cita o exemplo de Manaus, capital do Amazonas. Por lá, não há tantas restrições e cerca de 70% do movimento já teria sido retomado.
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Nova rotina
Mesmo com todos os problemas e receios, tem aluno completando duas semanas de treinamento. É o caso do gerente de tecnologia Marco Aurélio Garcia que conversou com o produtor Guilherme Oliveira sobre a nova experiência.
«É diferente, né? Treinar de máscara, ter que seguir todas as orientações de saúde, mas está melhor do que ter que ficar sem treinar. [Treino aeróbico] estou fazendo metade do tempo que eu conseguia fazer antigamente por causa da máscara», contou Garcia.
Também na Vila Leopoldina, zona oeste de São Paulo, o empresário Renzo Valadares ressalta que alguns hábitos mudaram, como o revezamento de equipamentos, que hoje não ocorre, e a limpeza dos aparelhos. » O normal era sempre limpar na saída do equipamento. Agora é limpar na entrada e na saída. Então, reforçando mais o cuidado e toda essa preocupação», disse Renzo.