A cientista-chefe da OMS (Organização Mundial da Saúde), Soumya Swaminathan, explicou nesta sexta-feira (24), que a observação de resultados no desenvolvimento de uma vacina – que normalmente leva anos – pode levar apenas seis meses em meio à pandemia do novo coronavírus.
Para as candidatas a vacinas que já estão na fase 3, em testagem com pessoas no mundo real, o próximo passo é analisar a segurança e eficácia da proteção com base nos voluntários que receberam o imunizante.
«Ainda vai haver o acompanhamento daqueles que receberam o teste por um período, normalmente dois anos ou até mais. Mas, com seis meses, é possível olhar os resultados e se perguntar se são suficientes», disse a cientista-chefe durante «live» para responder dúvidas do público.
É papel dos reguladores checar se os dados atestam eficiência para que, em caso positivo, a vacina seja produzida em escala. A OMS afirma estar trabalhando junto a eles para acelerar o processo de obtenção de licenças – e também junto às empresas, para agilizar a produção em massa.
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Mesmo com prazo mais curtos, Soumya disse que a segurança é primordial. «Não será o caso da primeira vacina ser rapidamente injetada em milhões de pessoas sem ter estabelecido, de fato, se ela está realmente oferecendo proteção e se é segura», disse.
Segundo a cientista-chefe, hoje são mais de 100 candidatas a vacina contra covid-19 em desenvolvimento, sendo 24 já em fase de testes em humanos e «três ou quatro» na fase 3. Entre estas últimas, estão os produtos desenvolvidos pela farmacêutica AstraZeneca e a Universidade de Oxford e pelo laboratório chinês Sinovac.
Soumya acrescentou que aquelas que estão nas fases 1 ou 2 de testes devem entrar na 3 nos próximos dois ou três meses.
Em acordo com as declarações da cientista-chefe, o diretor do programa de emergências da OMS, Michael Ryan, afirmou nesta semana que é preciso se manter realista quanto aos prazos referentes às vacinas.
Segundo Ryan, as pessoas não receberão a imunização até o início de 2021. «A ideia de que teremos uma vacina em dois ou três meses e, de repente, esse vírus terá passado… Adoraria dizer isso a vocês, mas não é realista».