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Dois terços dos deputados da Alesp gastaram mais da verba de gabinete neste ano

Fachada da Alesp, na zona sul de São Paulo Roberto Navarro/Alesp

Um levantamento da Rádio Bandeirantes indica que 62 deputados estaduais de São Paulo tiveram mais gastos com a verba de gabinete nos cinco primeiros meses deste ano. O benefício inclui o custeio, por exemplo, de combustível dos carros oficiais, serviços e moradia para quem não é da capital.

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No total, a Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo) tem 94 parlamentares – ou seja, praticamente dois terços aumentaram seus gastos. De janeiro a maio, eles utilizaram R$ 7,6 milhões da verba – no mesmo período do ano passado, foram R$ 7,125 milhões.

O deputado com mais gastos no período analisado neste ano foi Ênio Tatto (PT), com R$ 165 mil. O político, que é o primeiro-secretário da Mesa Diretora, destinou R$ 48 mil a serviços gráficos e mais de R$ 36 mil ao pagamento de técnicos profissionais.

«Eu estou dentro do limite que posso gastar e são despesas que eu tenho para tocar meu mandato. Principalmente na comunicação, onde eu gasto mais, a gente faz muito material para distribuir em casas, na rua, pontos de ônibus e metrô. No mais, são despesas normais», justifica o petista.

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Na outra ponta do ranking, Arthur do Val (Patriota) não usou o dinheiro da verba de gabinete no período do levantamento. «A orientação é: fique em casa, não gaste gasolina e não ponha seus funcionários para ter contato com os outros. Como eles conseguem gastar tanto? Acho que é imoral gastar dinheiro do pagador de impostos no meio da maior crise que a gente já viu», disse.

Já Edmir Chedid (DEM) gastou nos 5 primeiros meses mais do que o dobro do que usou no mesmo período do ano passado: foram R$ 43 mil em 2019 e R$ 100 mil neste ano. Segundo ele, apesar da pandemia, as atividades parlamentares foram mantidas. «Eu e a minha equipe não estamos parados, estamos trabalhando. Todos os cursos são aprovados por um setor competente que avalia e aprova quando é algo que está dentro dos parâmetros.»

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Para o presidente da ONG Contas Abertas, Gil Castelo Branco, os políticos deveriam segurar os gastos ainda mais neste momento. «Praticamente a metade da população brasileira está sobrevivendo às custas de auxílios emergenciais fornecidos pelo governo. Era de se esperar que os parlamentares ao menos contivessem despesas relacionadas ao seu mandato. O legislativo não pode ser uma ilha de prosperidade em um mar de dificuldades por que passa o povo.»

Os deputados estaduais de São Paulo estão participando de sessões online desde março – todas as atividades presenciais estão suspensas. Em nota, o comando da Alesp disse que cada parlamentar é responsável por administrar as despesas da verba de gabinete. O texto afirma ainda que nos últimos dois anos a Alesp bateu recordes históricos de devolução de economia do orçamento aos cofres do Estado.

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