O secretário da Educação do Estado de São Paulo, Rossieli Soares, defendeu a inclusão dos professores no grupo prioritário de vacinação assim que um imunizante contra a covid-19 estiver disponível no País.
«Os profissionais da saúde, professores e policiais, que trabalham com o público, devem ser públicos prioritários, além daquelas pessoas com mais de 60 anos e que têm comorbidades», disse em entrevista à Rádio Eldorado, na manhã desta quarta-feira (26).
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Para o estado de São Paulo, o calendário de volta às aulas com atividades não-obrigatórias em 8 de setembro e retomada das aulas presenciais em outubro está mantido. Isso será possível para as regiões que estiverem há pelo menos 28 dias na fase 3 (amarela) do plano estadual de flexibilização da quarentena, que tem cinco fases, com o retorno de até 35% dos alunos.
Mas, enquanto o Brasil não tiver uma vacina registrada, os profissionais de ensino que fazem parte do grupo de risco não deverão retornar às atividades no estado. «No mês de outubro, não poderão retornar aqueles no grupo de risco. Os demais poderão retornar, no sistema de rodízio. A gente vai ter um reforço de contratação de professores para reorganizar a carga horária dos nosso profissionais», informou Soares.
De acordo com o secretário, as determinações e protocolos dependerão da demanda para o atendimento dos alunos, dos casos individuais de cada professor, e, principalmente, do comportamento da pandemia e de uma possível vacina.
Retorno simultâneo
O secretário Rossieli Soares também afirmou que a autorização para a volta às aulas será dada no mesmo momento para escolas particulares e públicas. «Eu acho que a igualdade precisa ser preservada. Não dá para dizer que a privada pode voltar antes. Quando autorizarmos, será para todas», disse.
Soares defendeu a simultaneidade no retorno após ser questionado sobre a ação judicial do SIEESP (Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Estado de São Paulo) para que retomassem as atividades presenciais na capital paulista em 8 de setembro. O Tribunal de Justiça do Estado negou o pedido na última sexta-feira, 21.
A decisão do SIEESP foi tomada após o prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), anunciar, no dia 18, que as aulas na capital não retornariam em setembro, sob a alegação de que crianças e adolescentes ainda representam risco potencial de transmissão do novo coronavírus. A afirmação teve base no inquérito sorológico realizado pela Prefeitura com 6 mil estudantes entre 4 e 14 anos da rede municipal, que apontou que 16,1% têm anticorpos para o novo coronavírus. Do total, 64,4% são assintomáticos para a covid-19, dado que preocupa a gestão pela possibilidade de disseminação.
O secretário da Educação afirmou ainda que os indicadores do Estado em relação à evolução da pandemia estão sendo avaliados periodicamente e que a equipe saúde determinará o retorno e seus respectivos protocolos sanitários. Soares afirmou que há a chance de a capital paulista entrar na fase verde do Plano São Paulo já no mês de setembro.
Por fim, ele defendeu mais uma vez a volta às aulas, apontando que, «apesar de esforços incríveis de professores, diretores, escolas, as perdas são gigantescas». «Nós sabemos que há muitos alunos que não têm condições de acessar as aulas online, e sabemos que alguns municípios não conseguiram fazer nada, então precisamos pensar em outras possibilidades.»
Soares explicou que o governo está montando uma metodologia de ensino para conciliar aulas remotas e presenciais, com reorganização de tarefas, contratação de professores, que será apresentada no próximo mês. Ele acrescentou que o cronograma de retorno priorizará, no início, a saúde mental dos alunos, com atividades de acolhimento, e o diagnóstico do nível de aprendizagem de cada um. «Não podemos esquecer que outros problemas nascem com a não volta as aulas também», finalizou.