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Golpes por clonagem de WhatsApp tem nova versão, sem que vítima desconfie do crime

Perigoso está, já diria Yoda! Especialistas contam formas de se proteger

Arte/Metro Jornal

Tudo bem que não tem a participação de George Lucas, mas a criatividade dos golpistas brasileiros também poderia ser tema para os diretores de Hollywood. O novo lançamento desse universo, no gênero conhecido como clonagem de WhatsApp, já está em cartaz, como uma espécie de continuação da saga clássica da franquia.

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Depois do sucesso no mundo da extorsão pelo aplicativo de “Anúncios Online”, “Convites para Festas VIP” e “Promoção de Mentira”, a nova aventura para todo mundo ficar de olhos bem abertos se chama “Criação de Perfil Falso”. Darth Vader ficaria com inveja.

Usando dados pessoais comprados de terceiros, esses grupos só precisam da foto do perfil do usuário clonado para iniciar a extorsão da vítima. A grande diferença desta nova modalidade é que a vítima não fica sabendo que os criminosos estão usando sua identidade para aplicar o golpe.  Isso acontece porque os bandidos já tiveram acesso a dados pessoais e é esta é a principal mudança no esquema do golpe.

Para manter a operação, os criminosos compram banco de dados com endereços, telefone, local de trabalho, preferências de lazer, etc. A outra ponta, que comercializa essas informações, foi nomeada de Data Brokers, termo que inclusive batizou a operação da Polícia Civil de Goiás no mês passado. Em outubro, outra operação, chamada de Peregrino 2, que também atuou em São Paulo, prendeu alguns destes agentes.

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Sebrae Outubro

Os Data Brokers em si não operam o golpe, mas são parte crítica. Eles são responsáveis por obter os informações pessoais do bancos de dados e organizam os ataques virtuais contra as empresas. “Todos os tipos de empresas podem ser vítimas, mas claro que lojas online são alvos óbvios. Ainda assim, qualquer uma conta com banco de dados de funcionários e de clientes que podem ser usados para abastecer o esquema”, contou Fabio Assolini, analista sênior da Kaspersky, empresa produtora de softwares de segurança para a internet.

Depois de comprarem as informações pessoais dos Data Brokers, os criminosos procuram nas redes sociais pelos nomes e fotos das pessoas para serem usadas nas contas que usarão para fazer as extorsões. “Por isso que a pessoa não fica sabendo que sua identidade está sendo usada em alguma infração”, afirmou Assolini.

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O analista ainda explica que, para iniciar o golpe, a primeira mensagem que os criminosos costumam enviar a familiares e amigos é “troquei meu celular”. Após uma rápida troca de mensagem para enganar o interlocutor, o criminoso faz a já conhecida solicitação de empréstimo de dinheiro para pagar uma conta ou realizar uma compra e o novo celular.

Apesar da forma ser novidade, a clonagem de WhatsApp não é uma prática exatamente inédita. Mas continua bastante eficiente. Uma pesquisa realizada em 2019 pela PSafe, desenvolvedora dos aplicativos dfndr – laboratório de segurança digital –, revelou que 8,5 milhões de brasileiros já sofreram o golpe da clonagem do aplicativo.

O lado errado da força

Golpe da festa
Criminosos contactam a vítima informando que supostamente ganhou um sorteio para jantar com uma celebridade. Eles solicitam dados pessoais e o código PIN para confirmar esta falsa reserva

Vendedores de comércio online
Golpistas contactam vendedores, se passando por representantes dos sites de marketplace, e pedem uma suposta confirmação de dados e o código PIN enviado ao celular, para conseguir clonar o WhatsApp

Liberação do auxílio emergencial
Criminosos contactam vítimas prometendo o desbloqueio imediato do benefício. Ao clicar no link, a vítima é direcionada a preencher um cadastro com número da conta corrente e senha e é solicitado o código PIN

Falsas pesquisas
Golpistas ligam para a vítima, se passando por um representante do Ministério da Saúde ou algum instituto de pesquisa fazendo perguntas sobre covid-19. Eles pedem o código PIN supostamente como forma de validar a pesquisa

Atendimento online
Os bandidos buscam nas redes sociais consumidores insatisfeitos com suas compras online e falam com estas vítimas se passando por atendentes das marcas, por meio de perfis falsos. Eles solicitam o código PIN para seguir com o suposto atendimento

Falsas promoções
Por meio de perfis falsos nas redes sociais, criminosos se comunicam com seguidores de hotéis e restaurantes a participar de uma suposta promoção valendo uma diária/jantar. Pedem dados pessoais, telefone e o código PIN para validar a participação

E se for vítima?

Avise seus contatos
Comunique as pessoas para que não confiem em mensagens enviadas por sua conta. Especialmente se as mensagens forem pedidos de transferências ou pagamentos de contas

Tente recuperar a conta
Desinstale o aplicativo do WhatsApp, baixe novamente e tente entrar na sua conta com o novo código de ativação. Ao inserir este código, a pessoa que estiver utilizando a sua conta em outro aparelho será desconectada e você poderá retomar o acesso

Registre um B.O.
Procure uma delegacia e registre um boletim de ocorrência, fornecendo todas as informações. Todos os atos criminosos deixam vestígios e, ao formalizar a denúncia, você dará início a investigação

Entre em contato
Com o suporte Envie um e-mail para o endereço support@whatsapp.com explicando o acontecido. Assim, sua conta é desativada durante 30 dias e, se ela não for acessada até o fim do período, será excluída automaticamente

Que a segurança esteja com você

Mantenha a dupla autenticação ativa! Para isso, siga os passos a seguir:

• Vá ao menu “Configurações” no canto superior direito;
• Entre na opção “Configurações”;
• Em seguida clique em “Conta”;
• Selecione “Confirmação em duas etapas”;
• Crie um código de seis dígitos que será sua dupla autenticação
• Mantenha seu celular com o sistema operacional sempre atualizado

Evite baixar aplicativos de lojas não oficiais. Não clique em links de promoções que você recebe por SMS. E desconfie de ligações de supostas empresas com linguagem muito informal.

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