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Restrições da pandemia levaram 55% dos bares e restaurantes a demitir

Setor, que voltava a contratar, teme viver situação dramática com o retorno de limites de horário e público em São Paulo. Pesquisa mostra que 79,6% dos estabelecimentos são pequenas ou micros empresas. Entidade estima que 30% fecharam as portas

Resturante reaberto com adaptações na zona oeste de São Paulo | Bruno Santos/Folhapress

Bares e restaurantes vivem uma situação dramática com o retorno de regras mais severas para funcionamento anunciadas em São Paulo, relata o presidente da Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes) no estado, Percival Maricato.

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Dados divulgados ontem pelo Centro de Inteligência da Economia do Turismo, do governo do estado, já davam pista da fragilidade do setor durante a pandemia do novo coronavírus. De acordo com o levantamento, a grande maioria dos negócios é de porte pequeno ou micro (76,9%) e mais da metade (55,3%) precisou demitir no período para conseguir pagar as contas.

Em outubro, com muitas regiões na fase verde do Plano São Paulo, 41,9% informaram terem contratado novamente. O Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) do mês confirmou a tendência: pela primeira vez desde março, o saldo de empregos nas atividades características do turismo foi positivo em 7.808 postos. No acumulado do ano, o déficit caiu de 150,5 mil empregos em setembro para 143 mil em outubro.

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Vale - Dezembro

Alimentação, que inclui bares e restaurantes, liderou, com 5.741 vagas. Mas a notícia ontem do retorno para a fase amarela caiu como um balde de água fria para os empresários do setor.

“É uma situação dramática, já sofremos muito. Está todo mundo fragilizado ao extremo. É a hora de pagarmos empréstimos bancários, impostos e 13º salário aos funcionários, os locadores querem cobrar os aluguéis cheios. Agora, realmente, vai acabar fechando grande porcentagem daqueles que sobreviveram”, lamenta Maricato.

Com a fase amarela, bares e restaurantes voltam a ter de respeitar lotação de 40% e funcionamento de 10 horas diárias. O retrocesso foi ocasionado pelo avanço dos casos de covid-19 no estado. Leia mais sobre a mudança na página 3.

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Para o presidente da Abrasel, as restrições prejudicam quem vinha obedecendo as regras. “Não adianta fazer isso com os bares e restaurantes em geral, obrigar a seguir os protocolos, com luvas, máscaras, uma parafernalha toda, e aí tem o transporte público, a feira, balada, gente que não cumpre nada. Nós, que seguimos estritamente a lei e o protocolo sanitário, estamos sendo penalizados novamente.” Ele afirma que atualmente 70% dos negócios faturam apenas 40% dos rendimentos de antes da pandemia.

De acordo com a entidade, cerca de 30% dos estabelecimentos em todo o país já fecharam as portas, quase 300 mil de 1 milhão de empresas. O setor perdeu 1,2 milhão de postos de trabalho dos 6 milhões mantidos até a pandemia.

Shoppings veem perdas para o Natal

A Alshop (Associação Brasileira de Lojistas de Shopping) afirmou ter recebido com muita preocupação o retrocesso no Plano São Paulo para a fase amarela.

Anteriormente, os shoppings tinham autorização de ficar abertos por até 12 horas.

Segundo o presidente da associação, Nabil Sahyoun, o setor pode ser muito prejudicado, ainda mais na época de Natal. A data disputa com o Dia das Mães como o momento mais importante nas vendas.

De acordo com ele, a diminuição no horário pode ser questionada, já que isso poderia gerar mais aglomeração.

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