Um estudo publicado na revista médica The Lancet concluiu que algumas das sequelas geradas pela COVID-19 são fadiga ou fraqueza muscular, dificuldade para dormir, queda de cabelo, alteração do olfato e do paladar, manchas na pele e dor de cabeça. O estudo analisou 1.733 pacientes que se trataram em Wuhan entre janeiro e maio de 2020. Seis meses após a doença, dor muscular, queda de cabelo e dificuldade para dormir foi relatada por 63%, 26% e 22% dos pacientes respectivamente.
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Outro estudo, desta vez publicado na revista Diabetes, Obesity and Metabolism, analisou pacientes que adquiriram diabetes após terem COVID-19. O diabetes é justamente um dos fatores de risco da doença e, os estudos analisados pelo artigo citado, concluíram que 14,4% dos pacientes desenvolveram diabetes após a infecção por COVID-19.
Como a COVID-19 é uma doença relativamente nova, sobre a qual a ciência ainda está aprendendo, o desafio dos médicos e cientistas é entender quais dessas sequelas realmente estão ligadas à doença e quais têm ligação com o tratamento com medicamentos.
Sobre a queda de cabelo relatada pelos pacientes do estudo feito em Wuhan, a pesquisadora Ediléia Bagatin disse que é algo comum em infecções. “Isso costuma ocorrer até três meses depois de qualquer infecção, não é específico da Covid. O couro cabeludo é uma região bastante vascularizada, tem muita circulação sanguínea. Em uma infecção, você tem uma substância circulando no sangue que desencadeia uma inflamação. Isso ativa uma resposta imunológica, que afeta a raiz do cabelo e altera o ciclo capilar”, explicou a professora da Unifesp e coordenadora do departamento de cosmiatria da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) em entrevista à Folha de São Paulo.