“Eu estou confiante que eu vou voltar a andar. Só de conseguir mexer a perna direita já é um grande avanço para mim”, contou a cabeleireira Juliane Lacerda Lima, em entrevista ao G1. Juliane, 39 anos, pulou de uma janela no primeiro andar do salão de beleza onde trabalha após ser surpreendida por um homem armado com uma faca que queria estuprar ela e sua funcionária. Juliane fraturou a primeira vértebra da coluna e os dois calcanhares.
No dia 29 de janeiro, por volta das 11h da manhã, Juliane estava ao celular agendando atendimentos quando viu um homem entrar no salão de beleza. Ele, identificado pela Polícia Civil de Goiás como Felipe Lopes Maia, 22 anos, estava armado com uma faca, trancou a porta de vidro, anunciou assalto e pediu o celular dela e de sua funcionária.
As duas entregaram os celulares sem dizer nada e o homem ordenou que fechassem as cortinas e que tirassem a roupa. A funcionária, que estava mais próxima do homem, foi a primeira a ser atacada: Felipe passou as mãos nela, forçando-a a tirar a roupa. Segundo Juliane, ele fazia isso enquanto ameaçava matá-las.
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“Eu estava sentada próximo ao caixa e tirei minhas sandálias sem que ele percebesse. Falei para irmos para o andar de cima, eu sabia que havia uma porta grande e que se eu pulasse lá de cima poderia conseguir pedir ajuda e sair daquela situação”, disse Juliane. Ela correu para o andar de cima e foi seguida por Felipe, mas, por conhecer o local, ela foi mais rápida que ele.
“Chegando no andar de cima, não pensei, pulei de uma altura de aproximadamente quatro metros. Caí sentada. Mesmo com muita dor, comecei a gritar pedindo ajuda. Logo vizinhos começaram a aparecer nas janelas e na rua. O homem fugiu em uma bicicleta”, contou Juliane em entrevista ao UOL.
Em sua conta no Instagram, a cabeleireira repostou uma arte divulgada pela Polícia de Goiás e recebeu apoio de seus seguidores.
Após a queda, Juliane foi socorrida por vizinhos e levada ao Hospital de Urgências de Goiânia. Os médicos consideraram a fratura da primeira vértebra da coluna gravíssima A cabeleireira passou por duas cirurgias de risco e passou 14 dias no hospital.
Na semana passada, ela recebeu alta, mas os médicos ainda não podem afirmar se ela irá voltar a andar, pois depende, entre outros fatores, do período de fisioterapia e da recuperação que terá após a operação. “É um turbilhão de sentimentos que se misturam, ao mesmo tempo em que estou feliz por estar viva e em casa, fico revoltada. Eu estava bem, trabalhando e de repente minha vida mudou e estou em uma cama sem saber como será o dia de amanhã e como vai ser minha vida daqui para frente”, finaliza Juliane.