O mercado de trabalho vive uma grande revolução. De acordo com a OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), a chamada crise global de talentos deve impactar cerca de um bilhão de empregos entre 2020 e 2030. Isso significa que determinadas profissões e cargos ficarão obsoletos em um futuro bem próximo. Diante desta informação, resta saber: será que a sua área de atuação será afetada?
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Segundo o Fórum Econômico Mundial, todas as funções que são facilmente automatizáveis vão entrar em plena queda. «Há mudança importante no comportamento do consumidor. Ele está fazendo cada vez mais coisas sozinho por meio do autosserviço, tendência já observada em bancos e restaurantes, por exemplo. Para as empresas isso é importante, já que reduz o tempo que é gasto para fazer uma venda ou entregar um serviço e também tem ajudado na questão do custo», explica João Furlan, CEO e cofundador da Rocket Mentoring.
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Nesse contexto, a pandemia da covid-19 adiantou um processo que era inevitável. «Os serviços de comércio, turismo e restaurantes migraram para os aplicativos com o fechamento das lojas. Não foi mais possível ter o garçom, o vendedor ou outros profissionais que faziam a intermediação e, mesmo assim, o serviço foi acontecendo normalmente com a tecnologia», explica Furlan. «Uma década foi acelerada em um ano. O que levaria tempo aconteceu muito rapidamente, mas a mudança por meio da automação, do digital, ocorreria de qualquer forma.»
O CEO cita alguns dos empregos que devem, de alguma forma, ser afetados nos próximos 10 anos: operador de computador, secretária executiva, processador de dados, operador de telemarketing, contador, operadores de máquinas e trabalhadores da construção civil.
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Enquanto algumas caem, outras sobem
Se por um lado algumas carreiras estão tomando um caminho incerto, outras ganham fôlego. É o caso dos empregos ligadas à saúde, como terapeutas, enfermeiros e médicos, além da área de gestão de hospitais e clínicas.
«Uma boa dica é a seguinte: você pode trabalhar em vendas, mas atuar dentro de um hospital, clínica ou até mesmo na indústria farmacêutica», aconselha Furlan.
Outra área em pleno vapor é a tecnologia. Da mesma forma, o especialista orienta que o profissional faça o mesmo trabalho que já faz em um mercado em queda, mas agora em uma empresa do ramo.
Além disso, muitos trabalhadores de conhecimento aplicado estão ganhando espaço. É o caso de quem lida com estatística, inteligência artificial, programação e segurança de informações.
Por fim, cuidador de animais é outra profissão que cresce, uma vez que o interesse por cães e gatos só aumenta.
Como enfrentar a crise
Além de entender os empregos promissores ou não, para passar pela crise de talentos é imprescindível a busca por atualização constante.
«Não existe mais espaço para a pessoa que acredita que a formação técnica ou graduação de 10 anos atrás é o suficiente para ter uma boa performance hoje. O consumidor mudou, os sistemas mudaram. Por isso, é preciso olhar para as novidades do setor. Minha recomendação é que se faça ao menos um curso prático em algum tema ligado a sua área de atuação a cada ano», diz Furlan.
O CEO diz ainda que todo profissional de sucesso deve ter mentores que apoiem seu desenvolvimento, inclusive indicando quais livros ler, compartilhando sua experiência e dando «os puxões de orelha” que quem caminha sozinho não conta. «Existem diversos programas gratuitos de mentoria no mercado, ou seja, só não tem um mentor quem não quer.»
Em se tratando do assunto, a própria Rocket Mentoring trabalha na formação de profissionais que viveram a “frente de batalha” e agora desejam passar o conhecimento às futuras gerações. «Formamos mentores para possibilitar o compartilhamento de sua vivência de forma escalável, apoiando mais pessoas para que se atualizem e atinjam seus objetivos profissionais.»
Conhecimento aliado ao comportamento
Muito além da formação técnica, as habilidades comportamentais devem ser trabalhadas por quem deseja um lugar ao sol. De tão importantes, as soft skills já são chamadas por alguns de “essencial skills”.
Pós-pandemia, a adaptabilidade tem liderado o ranking das características mais prezadas, assim como pensamento crítico e colaboração.
«As capacidades associadas à inteligência emocional nunca tiveram tanto peso – autoconhecimento, empatia, autocontrole e gestão de relacionamentos. Nunca se exigiu também tanto da comunicação, bem como da criatividade e da inovação», encerra Furlan.