Quatro linhas do Metrô de São Paulo são afetadas pela greve dos metroviários nesta quarta-feira (dia 19).
A Linha 1-Azul funciona apenas entre as estações Ana Rosa e Luz. A Linha 2-Verde, entre Alto do Ipiranga e Clínicas. Já a Linha 3-Vermelha opera entre Bresser-Mooca e Santa Cecilia, enquanto a Linha 15-Prata foi totalmente fechada.
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A operação parcial teve início às 7h. Antes disso, todas as quatro linhas estavam totalmente fechadas desde a meia-noite.
As linhas 4-Amarela e 5-Lilás operam normalmente, assim como todas as linhas da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos).
Para tentar contornar o transtorno dos passageiros, a SPTrans prevê a oferta de ônibus gratuito ao longo de toda a extensão das linhas 1-Azul, 2-Verde e 3-Vermelha.
Anúncio da greve
Em assembleia virtual realizada na noite da última terça-feira (dia 18), os metroviários de São Paulo decidiram entrar em greve por 24 horas a partir da meia-noite.
Os trabalhadores pedem reajuste salarial, pagamento da Participação nos Resultados e se posicionam contra a retirada de direitos.
Na tarde de ontem, segundo o sindicato, houve uma audiência de conciliação no TRT (Tribunal Regional do Trabalho) da 2ª Região, mas o Metrô não enviou representantes.
Ao todo, 77,4% dos metroviários que participaram da assembleia votaram pela paralisação.
Em nota, o Metrô definiu a atitude como «desumana e intransigente», lamentando a decisão.
Confira texto na íntegra:
É inadmissível que o sindicato dos metroviários, com toda a linha de frente vacinada e com a crise econômica que estamos passando, decida fazer uma greve que irá prejudicar exclusivamente o cidadão que necessita do transporte público para ir ao trabalho.
O Metrô de São Paulo fez uma proposta de acordo salarial aos seus empregados muito acima do que é praticado no mercado de trabalho e previsto na legislação trabalhista. O sindicato certamente vive em uma realidade diferente do restante do país, que sofre com desemprego, perda de renda e fome. O Metrô manteve todos os serviços e seus empregados, apesar do prejuízo de R$ 1,7 bilhão no último ano e de mais de R$ 300 milhões no primeiro trimestre de 2021.
Ainda assim, o Metrô ofereceu a manutenção de diversos benefícios, muito além dos exigidos pela CLT, como o pagamento de vales Refeição e Alimentação, Previdência Suplementar, Plano de Saúde sem mensalidade, hora extra de 100% (CLT determina 50%), adicional noturno de 35% (CLT determina 20%), abono de férias em 60% (CLT determina 1/3), complementação salarial para afastados e auxílio creche/educação, dentre outros.
Reivindicar novos aumentos salariais e de benefícios, punindo a população com a paralisação do transporte público e deixando milhares de pessoas que cuidam de serviços essenciais, como saúde e segurança sem transporte é uma atitude desumana e intransigente. Lamentamos muito que isso esteja ocorrendo e iremos trabalhar para oferecer o melhor transporte possível aos cidadãos. Liminar da Justiça do Trabalho determina manutenção de 80% dos trabalhadores no horário de pico e 60% nos demais horários, sob pena de R$ 100 mil diários».