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Você tem rinite, sinusite ou outras ‘ites’? Saiba como passar pela época mais fria do ano sem sofrer (tanto)

Outono e inverno são estações difíceis para pacientes de doenças crônicas; mas calma: tem jeito!

Rinite Freepik/Divulgação

Quem convive com rinite, sinusite, asma e outras doenças pulmonares ou respiratórias crônicas vê a chegada do frio com receio. É nessa época que os sintomas tendem a piorar – e muito. Idas ao médico podem acabar se tornando frequentes, assim como uso de medicações mais fortes. Mas calma: a boa notícia é que tem jeito de amenizar todo esse sofrimento.

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Antes de mais nada, é importante entender por que a saúde de indivíduos com esse histórico se agrava nesta época e por qual motivo gripes e resfriados ficam mais comuns. A explicação é que a circulação de vírus e bactérias aumenta no período ao mesmo tempo que a temperatura cai, o ar fica mais seco e há uma maior tendência de as pessoas permanecerem em ambientes fechados. O tempo seco favorece também o aumento da poluição, piorando as doenças alérgicas. Ou seja, combinação perfeita para o caos.

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Ok, mas como não se vive só de verão, como driblar todos esse fatores e manter o bem estar na medida do possível? O segredo começa com o «remédio» mais simples que se possa imaginar: a água.

«Naturalmente ingerimos menos água no outono e inverno, levando a um maior ressecamento das mucosas nasais, favorecendo assim as infecções locais. Por isso, o simples fato de ingerir o líquido em maior quantidade já ajuda na prevenção de doenças», afirma Eduardo Baptistella, otorrinolaringologista e presidente da ABORL-CCF (Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial).

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Divulgação

Aquela atenção redobrada à higiene do lar também pode fazer a diferença. «Quando pensamos nas alergias, é essencial manter os cômodos, as roupas de cama, os tapetes e os carpetes livres da poeira para evitar a proliferação dos alérgenos, como os ácaros, que causam diversos problemas respiratórios», completa Baptistella.

«Pelo menos em um determinado momento do dia, mantenha os ambientes bem ventilados e com boa penetração de luz solar. Preze por uma boa hidratação, alimentação saudável e atividade física. Todas essas atitudes vão ter um impacto na saúde respiratória dos indivíduos nas estações mais frias e secas», reforça José Tadeu Colares Monteiro, pneumologista e coordenador da Comissão Científica de Infecções Respiratórias da SBPT (Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia).

Monteiro lembra que portadores de doenças pulmonares e respiratórias crônicas devem ainda manter a medicação inalatória e de uso contínuo. Além disso, a vacinação tem papel fundamental. «Os pacientes que estão no grupo de risco, como crianças, profissionais da saúde e idosos, devem receber a vacina anti-Influenza. Grupos específicos também devem ser imunizados com a vacina anti-pneumocócica.»

Confira as principais dicas para se proteger das doenças relacionadas ao frio:

– lavar as mãos várias vezes ao dia;
– cobrir o nariz e a boca ao espirrar ou tossir;
– não compartilhar objetos de uso pessoal;
– evitar locais com aglomeração de pessoas;
– não fumar;
– higienizar os brinquedos das crianças frequentemente;
– ter uma alimentação equilibrada, consumindo frutas, verduras e legumes típicos da estação;
– manter sempre a casa arejada e ensolarada;
– evitar animais de pelo, como cão e gato, sobretudo, circulando dentro de casa;
– usar máscaras e álcool em gel nas mãos, principalmente em tempos de covid-19.

Máscara e álcool em gel: proteção em dobro

Há cerca de um ano e meio, as máscaras faciais e os frascos de álcool em gel são indispensáveis no dia a dia. Os itens protegem contra a covid-19 e, de quebra, nos blindam de outras doenças infecciosas respiratórias.

«A utilização de ambos já é sabidamente fator de proteção contra outras doenças além da covid-19. No Oriente, por exemplo, existe uma tradição entre os indivíduos que, ao estarem acometidos por alguma patologia respiratória, seja gripe ou resfriado, usam as máscaras para proteger a coletividade», aponta Monteiro.

No caso das doenças alérgicas, como a rinite, infelizmente esses utensílios pouco ajudam. «O fator alérgico, ou mesmo a mudança de temperatura, não sofre interferência neste caso», atenta Baptistella, que, de qualquer forma, orienta o uso da máscara por todos.

Não abandone o tratamento

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O presidente da ABORL-CCF afirma que pacientes com doenças crônicas devem fazer das visitas ao consultório um hábito, pois necessitam de medicamentos e cuidados específicos. «Pacientes com rinite em tratamento, por exemplo, devem procurar o médico sempre que necessário, nos casos em que os sintomas estão mais exacerbados. Porém, se quiséssemos manter uma regra, acredito que a cada cerca de um a dois meses deveriam procurar o otorrino para avaliação, principalmente os que estão usando remédios, até ter seus sintomas estabilizados.»

A orientação é endossada pelo coordenador da Comissão Científica de Infecções Respiratórias da SBPT. «Aqueles com doenças respiratórias crônicas devem manter o acompanhamento médico, a utilização das medicações de uso contínuo e ter um plano delimitado junto ao seu médico para controle dos episódios de crise, o que deve ser discutido individualmente», afirma o especialista. Para ele, ainda em se tratando de casos crônicos, seria recomendável consultar um pneumologista pelo menos uma vez ao ano.

Rinite, sinusite ou covid?

Em época de pandemia, qualquer mal estar chama atenção. Os sintomas das doenças respiratórias, como rinite e sinusite, por exemplo, são muito parecidos com os da covid-19. É possível apresentar coriza, dor de cabeça, falta de ar e até mesmo perda do olfato em se tratando de qualquer uma das três doenças. E como saber o que é o que?

«O ideal é procurar o médico para fazer este diagnóstico. O otorrinolaringologista pode ajudar muito nesta diferenciação. No entanto, se você teve contato com alguém contaminado, até que se prove o contrário – e isto é feito com exames – precisará ter todos os cuidados, inclusive fazer isolamento», finaliza Baptistella.

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