Já pensou pagar R$ 5 mil por um hambúrguer entregue em casa? Ou mais: R$ 10 mil no jantar que você decidiu pedir no aplicativo para aproveitar uma promoção? Muita gente tem pago caro após usar apps de entrega de comida e cair em golpes de entregadores.
Os relatos de consumidores enganados com cobranças extras na hora de receber a encomenda se tornaram mais frequentes durante a pandemia, quando o isolamento social e o fechamento de restaurantes popularizou o delivery. E mais de um ano depois, o Procon-SP mostra que as queixas continuam aumentando.
Segundo o órgão de defesa do consumidor, o número de reclamações de consumidores contra os aplicativos cresceu 186% de janeiro a maio deste ano. Os casos passaram de 87 atendimentos para 249. O valor total dos casos analisados pelo Procon já se aproxima de R$ 500 mil.
A quantidade de golpes aplicados pode ser ainda maior, já que os casos que chegam ao órgão são aqueles em que o aplicativo não realiza o ressarcimento. Nas delegacias de polícia, os golpes são registrados juntos aos outros casos de estelionato, o que impede a separação de dados sobre os apps.
“Quem for vítima deve acionar o Procon-SP. Nós iremos apurar a responsabilidade da empresa e acionar a polícia. As empresas de delivery devem responder pelos problemas e ressarcir o consumidor”, afirma o diretor executivo do Procon-SP, Fernando Capez. A dica do órgão é realizar todos os pagamentos apenas pelos aplicativos e lembrar que não são realizadas cobranças extras.
No site Reclame Aqui!, que também recebe queixas de consumidores, os clientes relatam cobranças extras baixas feitas pelos entregadores, e por isso aceitas por algumas pessoas. Mas que são efetuadas em máquinas de cartão sem visor, onde valores mais altos são inseridos.
Foi o caso de uma consumidora da capital paulista que disse que o entregador pediu uma taxa extra de
R$ 4,99, mas que na verdade teve R$ 3,5 mil debitados de sua conta. Um outro cliente de Florianópolis (SC) foi lesado em R$ 4.004,99,
R$ 3.893,87 e R$ 3.504,99 após o pedido de R$ 4,99 extras.
Os aplicativos afirmam não realizar cobranças extras. A Uber Eats diz aceitar transações apenas de forma online, pelo app. O Rappi afirmou trabalhar com a polícia para identificar as fraudes e ter aumentado os avisos na plataforma de que não aceita pagamento via maquininha. O iFood também disse reforçar avisos e que faz os ressarcimentos nos casos de fraude.