A variante delta já está contaminando brasileiros sem histórico de viagens ou contato com alguém que esteve na Índia recentemente. Para frear o contágio da doença e evitar que mais pessoas sejam expostas à variante, alguns estados como Acre, Pernambuco, Santa Catarina, Espírito Santo, Piauí e Tocantins decidiram reduzir o intervalo de três meses entre as doses da vacina da AstraZeneca/Oxford. O governo de São Paulo, porém, não pretende adotar essa estratégia no momento.
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Para João Gabbardo, coordenador executivo do Centro de Contingência da covid-19 no estado, a alteração poderia atrasar o cronograma de aplicação da primeira dose na população adulta. A meta do estado é vacinar o máximo de pessoas possível em pouco tempo. Por isso, a opçã por utilizar todos os os imunizantes em estoque na primeira dose. “Se não tiver esse alento pela chancela do Ministério [da Saúde], por mais que essa decisão aconteça, operacionalmente terá entraves”, explicou o coordenador, lembrando que o país enfrenta escassez de vacinas.
O diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, garantiu que o imunizante produzido pelo órgão brasileiro em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac, a CoronaVac, se mostrou eficiente na proteção contra a delta. De acordo com o diretor, os dados são resultado de um estudo feito no laboratório, mas que ainda precisa de informações populacionais para avaliar os índices em larga escala. No caso da CoronaVac, o intervalo entre as doses é de até 28 dias.