O Museu da Língua Portuguesa foi reinaugurado neste sábado (31), em São Paulo, após ficar quase seis anos fechado por conta de um incêndio. A cerimônia contou com a presença do governador João Doria (PSDB), do prefeito Ricardo Nunes (MDB), entre outras autoridades, inclusive internacionais. A visitação para o público será retomada neste domingo (1º), mas terá restrições por causa dos protocolos de combate à covid-19.
O incêndio que destruiu as instalações do museu, localizado na Estação da Luz, ocorreu em dezembro de 2015. De lá pra cá, o local passou por uma reconstrução, com obras estimadas em R$ 85,8 milhões.
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Além das autoridades do governo paulista, estiveram presentes na cerimônia de inauguração representantes de países que falam a língua portuguesa como os presidentes de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca, e de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa. Também participaram os ex-presidentes Michel Temer (MDB) e Fernando Henrique Cardoso (PSDB), que também discursaram no evento.
A cerimônia foi cheia de cuidados para evitar a proliferação do coronavírus. Todas as autoridades presentes foram testadas antes de entrar no museu e as cadeiras foram colocadas com distanciamento.
Na cerimônia oficial de reinauguração o Hino Nacional Brasileiro e o Hino de Portugal foram cantados por Fafá de Belém.
Um dos primeiros museus totalmente dedicados a um idioma, instalado na cidade com o maior número de falantes de português no mundo, o local celebra a língua como elemento fundador da cultura. Por meio de experiências interativas, conteúdo audiovisual e ambientes imersivos, o visitante é conduzido a um mergulho na história e na diversidade do idioma falado por 261 milhões de pessoas em todo o mundo.
Ingressos e novidades
Segundo a organização do museu, os ingressos poderão ser adquiridos pelo público exclusivamente pela internet, com dia e hora marcados, e a capacidade de público está restrita a 40 pessoas a cada 45 minutos. Os visitantes receberão chaveiros touchscreen para evitar toque nas telas interativas.
O valor do ingresso inteiro custa R$ 20, já a meia entrada, R$ 10. Criança de até 7 anos não paga. Clique aqui e veja a relação completa com outras gratuidades e horários de visitação.
O conteúdo do Museu foi totalmente atualizado. Em sua exposição de longa duração, haverá experiências inéditas e outras anteriormente existentes, que marcaram o público em seus 10 anos de funcionamento (2006-2015).
Entre as novas instalações estão “Línguas do Mundo”, que destaca 23 das mais de 7 mil línguas faladas hoje no mundo; “Falares”, que traz os diferentes sotaques e expressões do idioma no Brasil; e “Nós da Língua Portuguesa”, que apresenta a língua portuguesa no mundo, com os laços, embaraços e a diversidade cultural da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP).
Continuam no acervo as principais experiências, como a instalação “Palavras Cruzadas”, que mostra as línguas que influenciaram o português no Brasil; e a “Praça da Língua”, espécie de ‘planetário do idioma’ que homenageia a língua portuguesa escrita, falada e cantada, em um espetáculo imersivo de som e luz.
Já a exposição temporária de reabertura do Museu, “Língua Solta”, traz a língua portuguesa em seus amplos e diversos desdobramentos na arte e no cotidiano. Com curadoria de Fabiana Moraes e Moacir dos Anjos, a mostra conecta a arte à política, à vida em sociedade, às práticas do cotidiano, às formas de protesto e de religião, em objetos sempre ancorados no uso da língua portuguesa.
Novo terraço
Um dos principais prédios históricos de São Paulo, marco do desenvolvimento da cidade e querido por toda a população, a Estação da Luz tem uma importância simbólica única: foi uma das portas de entrada para milhares de imigrantes que chegavam ao Brasil. Era lá que eles, depois de desembarcarem dos navios em Santos, tinham o primeiro contato com a língua portuguesa.
Proteção contra incêndios
A reconstrução também incorpora melhorias de infraestrutura e segurança, especialmente contra incêndios, que superam as exigências do Corpo de Bombeiros.
Entre as novas medidas, está a instalação de sprinklers (chuveiros automáticos) para reforçar o sistema de segurança contra incêndio. No caso do Museu, os sprinklers não são uma exigência legal, mas foi uma recomendação dos bombeiros acatada para trazer mais segurança para o projeto.
O Museu e a Estação da Luz têm um Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB) conjunto, que garante a segurança para todos os usuários da Estação. É a primeira vez que a Estação da Luz obtém o AVCB, graças ao esforço conjunto do Museu e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM).