Foco

Aulas sem protocolos podem aumentar casos em 1.141%

Covid-19. Estudo sinaliza a importância das medidas de contenção para que a disseminação do coronavírus não cresça com a volta dos estudantes às escolas neste mês. Com procedimentos corretos, como máscaras bem utilizadas e monitoramento de sintomáticos, crescimento será só de 10%

ANÚNCIO


QUER RECEBER A EDIÇÃO DIGITAL DO METRO JORNAL TODAS AS MANHÃS POR E-MAIL? É DE GRAÇA! BASTA SE INSCREVER AQUI.


Com o avanço da vacinação, o Brasil volta este mês quase que inteiro para a sala de aula. Das 27 unidades federativas, apenas três estados ainda não autorizaram o retorno presencial dos estudantes: Acre, Paraíba e Roraima. É um número recorde desde o início da pandemia de covid-19, em março do ano passado.

Mas para correr atrás do prejuízo que as escolas fechadas trouxeram para a educação no Brasil, o essencial no momento é promover uma volta às aulas de forma segura, com medidas de contenção que de fato vão impedir o crescimento no contágio do coronavírus.

Um estudo feito pelo Grupo de Trabalho ModCovid-19 mostra que se as unidades de educação não adotarem os protocolos de segurança, o número de casos positivos para coronavírus na comunidade escolar pode saltar até 1.141%. A simulação que termina neste resultado leva em consideração apenas a utilização de máscaras com tecido fino de baixa qualidade ou mal vedadas no rosto.

03-1024x781.jpg

Por outro lado, caso as escolas adotem todas as medidas de contenção, como monitoramento de casos, turmas alternadas, máscaras bem utilizadas e professores usando o modelo PFF2, o provável crescimento de casos de covid-19 será de somente 10%.

ANÚNCIO

O Grupo de Trabalho MovCovid-19 reúne profissionais de diversas instituições de ensino, como a USP (Universidade de São Paulo) e a Ufal (Universidade Federal de Alagoas). A simulação inicial foi feita na cidade de Maragogi (AL) levando em consideração toda a rotina da comunidade escolar, como a ida ao supermercado dos professores enquanto as aulas presenciais estão em vigor, por exemplo.

De acordo com o pesquisador Juliano Genari, integrante do projeto, são duas as principais medidas de contenção que devem ser levadas em consideração para que os casos de covid-19 não cresçam durante o retorno. “O primeiro ponto importante do estudo é o uso correto das máscaras. O segundo são as campanhas educativas dentro das escolas. Criar cartilhas explicando como identificar as melhores máscaras para evitar o contágio. Por exemplo, já é comprovado que usar uma máscara cirúrgica e outra de pano por cima já é bem efetiva contra o coronavírus. Essa instrução dos gestores é fundamental e são métodos relativamente fáceis”, explicou.

Para Genari, outra medida essencial para evitar o contágio nas escolas é o monitoramento de possíveis casos. “Principalmente nas infecções sintomáticas. O ideal é monitorar toda a comunidade adjacente aos trabalhadores das escolas e alunos, que é principalmente a família. É preciso reportar e não mandar para a escola quado tiver alguém doente.”

Uma das preocupações de Genari com a reabertura das escolas, apesar da importância do ensino presencial, é a presença da variante delta, que é mais contagiosa, no Brasil. “Pesquisas já comprovam que a vacina não evita a transmissão do coronavírus e ainda mais da variante delta, então é preciso ir com calma”, disse.

ANÚNCIO

Tags


Últimas Notícias