O governo de São Paulo anunciou nesta quarta-feira (4) que vai liberar, a partir do dia 17 de agosto, a realização de eventos sociais, museus e feiras, mas ainda com o cumprimento de protocolos sanitários de combate à covid-19. De acordo com o governador João Doria (PSDB), a medida será possível graças ao avanço da vacinação no estado e a queda no número de internações por causa da doença.
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O governo não detalhou os tipos de evento que estão liberados, mas ressaltou que para todos eles haverá controle de público para evitar as aglomerações.
«Vale ressaltar que não há liberação geral a partir do dia 17 de agosto. Haverá uma liberação com protocolos, de maneira segura. Estamos com a vacinação de forma acelerada, mas ainda precisamos de cuidados. Como os índices de internação estão caindo, poderemos flexibilizar as atividades, mas de forma segura», destacou o governador.
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A secretária de Desenvolvimento Econômico, Patrícia Ellen, falou sobre a liberação do horário do comércio e de 100% da capacidade dos estabelecimentos. «O grande salto do dia 17 de agosto é a retirada da restrição de horário, porque isso vai permitir que restaurantes funcionem, que eventos sociais sejam planejados, que as pessoas possam celebrar, que os donos desses tipos de estabelecimentos possam ter planejamento de seus negócios, mas com segurança», disse.
Segundo as medidas anunciadas, a partir do dia 1º de novembro, quando o governo estima estar com 90% da população adulta imunizada com as duas doses da vacina contra o coronavírus, serão liberados os shows com público em pé, eventos com pista de dança e com a presença de torcidas. Já os eventos sem controle de público continuarão proibidos.
Apesar disso, Doria ressaltou que os protocolos sanitários serão mantidos, assim como a obrigatóriedade do uso de máscara. «Vamos fazer essa proteção até que tenhamos segurança para liberar a população do uso de máscaras. Então, até que se tenha essa tranquilidade, vamos exigir sim o uso.»
Patrícia também falou sobre os cuidados que serão tomados nesta fase. “Os eventos passam a ser permitidos em um modelo onde não há restrição de ocupação , mas permanece a restrição de distanciamento. Então, o cálculo de ocupação precisa ser realizado, porque não pode haver aglomeração e as pessoas precisam estar distanciadas. O uso de máscaras permanece”, ressaltou a secretária.
As regras para a volta dos eventos são:
- Uso obrigatório de máscara em qualquer ambiente;
- Distanciamento de 1 metro e vedação de aglomerações de qualquer natureza;
- Respeito aos protocolos de higiene;
- 100% da população adulta com acesso a 1ª dose da vacina.
Queda nos casos de internação
O governador João Doria comemorou a queda nos índices de covid-19 no estado. Segundo os dados apresentados, 346 municípios não registraram mortes por causa da doença na última semana, indicando que mais de 53% das cidades paulistas não tiveram vítimas da doença desde 28 de julho.
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Doria ressaltou que esse balanço reflete o impacto positivo da campanha de vacinação para redução dos casos graves e mortes pela doença. “É uma informação alentadora. Este último balanço é superior ao registrado entre 14 a 21 de julho, quando 288 municípios não tiveram registros de óbitos por covid-19”, disse Doria. Também na última semana, 31 municípios não tiveram novos casos confirmados.
A constatação foi feita a partir de análise dos dados dos dias 28 de julho a 4 de agosto, que estão disponíveis para consulta pública no boletim oficial do Governo do Estado e foram registrados pelas 645 cidades paulistas no Sivep, sistema oficial do Ministério da Saúde. Os balanços são superiores aos identificados em comparação similar realizada no intervalo de 14 a 21 de julho, que apontava 288 municípios sem novos óbitos naquela semana, e 18 cidades sem casos.
São Paulo já vacinou mais de 80,6% de sua população adulta com pelo menos uma dose de vacina. O Vacinômetro já superou um total de 38,1 milhões de doses aplicadas desde o início da campanha, somando 27,3 milhões de primeira dose, 9,7 milhões de segunda e 1 milhão de dose única. Mais de 23,3% da população geral de São Paulo já completou seu esquema vacinal, garantindo proteção completa.
Vacinas da Pfizer
Durante a coletiva, o governador acusou o Ministério da Saúde de quebra do pacto federativo por entregar apenas 50% das vacinas da Pfizer que seriam destinadas ao estado.
Segundo Doria, ontem o Ministério destinou 228 mil doses da vacina da Pfizer para o estado, 50% a menos do que deveria ter sido entregue, e isso pode comprometer o calendário de vacinação de crianças e adolescentes, programada para começar no dia 18.
A vacina da Pfizer foi a única testada para aplicação em jovens com menos de 18 anos, e a vacinação desse grupo não pode ocorrer se o PNI (Programa Nacional de Imunização) não cumprir o calendário de entrega do imunizante.