A Sociedade Paulista de Infectologia disse ver «com extrema preocupação» as novas medidas de flexibilização da quarentena em São Paulo. A entidade, que reúne mais de 900 profissionais associados, alertou que a chamada «retomada segura» proposta pela administração João Doria (PSDB) pode gerar «uma nova onda» da covid-19 no Estado, especialmente pela circulação da variante Delta.
«Compreendemos as necessidades econômicas e sociais de nossa população, manifestamos nossa contínua solidariedade àqueles que tiveram suas vidas e seus empregos destroçados pela pandemia. No entanto, entendemos que a abertura deveria ser mais gradual e lenta, face aos riscos representados pela variante delta do novo coronavírus», diz a nota.
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A partir desta terça, todos os estabelecimentos comerciais do Estado, incluindo bares, restaurantes, shoppings e academias, passam a funcionar sem limites de horário ou capacidade para o atendimento presencial. As novas regras também permitem feiras corporativas, convenções, congressos, exposições em museus e eventos sociais, como casamentos, jantares, festas de debutantes e formaturas, mas mantêm a obrigatoriedade no uso de máscaras e distanciamento social.
«Países com altas taxas vacinais, como Israel e os Estados Unidos, têm passado por aumento de casos e de mortes, embora essas últimas se mostrem menos frequentes em pessoas vacinadas. O que dizer do Brasil, onde a população adulta vacinada ainda é inferior ao desejável?», continua o texto publicado pela entidade, que questiona também os índices de cobertura vacinal no Estado.
Em São Paulo, menos de 30% da população total já está com a imunização completa (duas doses ou vacinas de aplicação única). «Na verdade, mesmo a vacinação completa oferece proteção um pouco menor contra essa variante, quando comparada às demais cepas do coronavírus», alerta a sociedade, reiterando a necessidade de medidas sanitárias como o uso de máscaras, evitar aglomerações, higiene das mãos com álcool em gel etc.
Nesta manhã, o governador João Doria disse que o uso de máscara no Estado será obrigatório até o fim deste ano, pelo menos. Ele também admitiu que, com a circulação da variante Delta, ainda são necessários «cuidados e zelos», mesmo com o clima de «normalidade». As flexibilizações, de acordo com o governo paulista, foram possíveis graças à menor taxa na ocupação de UTIs e à queda nos índices da pandemia no Estado.