O governo de São Paulo informou nesta quarta-feira (18) que pretende reduzir a aplicação de vacinas da Pfizer contra a covid-19, assim que receber mais doses do Ministério da Saúde. O objetivo é seguir a bula do imunizante e diminuir o prazo de 90 para 21 dias.
«O governo de São Paulo vai seguir a recomendação da redução do intervalo das doses da vacina da Pfizer. Os nossos técnicos entendem que é possível reduzir o intervalo, como estabelece o próprio fabricante», destacou o governador João Doria (PSDB).
Na terça-feira (17), o ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), aceitou um pedido do governo paulista e determinou que o Ministério da Saúde repasse as vacinas da Pfizer necessárias para completar a imunização daqueles que já tomaram a primeira dose.
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Segundo Doria, o governo federal deixou de repassar 228 mil doses para o estado. Assim, entrou na Justiça para assegurar esse repasse. Na ocasião, o Ministério da Saúde informou que a redução no repasse das vacinas foi uma compensação por doses que haviam sido enviadas a mais. No entanto, o STF acatou o pedido do governo paulista e determinou o devido envio de imunizantes. No entanto, ainda não há uma data definida para o recebimento das doses.
João Gabbardo, até então Coordenador Executivo do Centro de Contingência, que agora foi transformado em um Comitê Científico, destacou a importância de garantir a segunda dose para todos.
«A preocupação com a variante Delta tem mostrado que a eficácia das vacinas para impedir a transmissão da doença cai apenas com a primeira dose. Mesmo reduzindo os casos graves, há uma redução nessa proteção. Então, toda a população acima de 18 anos que já recebeu a primeira dose, a gente defende de esse prazo seja reduzido. O obstáculo é que tenhamos as vacinas para antecipar. Precisamos que o Ministério da Saúde faça todos os esforços para enviar mais vacinas da AstraZeneca e Pfizer», ressaltou.
Vacinação dos adolescentes
Uma das preocupações do governo de São Paulo é assegurar a imunização dos adolescentes, que começou a ser feita nesta quarta-feira. Isso porque as vacinas da Pfizer são as únicas aprovadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para este público.
«Hoje iniciamos a vacinação dos adolescentes com comorbidade e esperamos do Ministério da Saúde mais doses para continuar. Aguardamos as doses da vacina da Pfizer, para que, no prazo estipulado em bula, de 21 dias, a gente possa adiantar essa imunização», destacou a coordenadora do programa estadual de imunização, Regiane de Paula.
Confira abaixo o calendário de imunização dos adolescentes no estado:
- Dias 18 a 25 de agosto: jovens de 16 a 17 anos com comorbidades ou deficiências, além de gestantes e puérperas;
- 26 a 29 de agosto: 12 a 15 anos com comorbidades ou deficiências, além de gestantes e puérperas;
- 30 de agosto a 5 de setembro: jovens com idade entre 15 e 17 anos;
- 6 a 12 de setembro: jovens com idade entre 12 e 14 anos.
Ministério da Saúde
Também em coletiva nesta manhã, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou que o governo federal avalia diminuir o intervalo de vacinação com as doses da Pfizer para 21 dias. A estimativa é de que, a partir de setembro, a medida seja adotada no país.
“O intervalo da Pfizer no bulário é de 21 dias. Para avançar no número de brasileiros vacinados com a primeira dose, resolveu-se ampliar o espaço para 90 dias. Agora que nós já vamos completar a D1 [primeira dose] em setembro, estudamos voltar o intervalo para 21 dias para que a gente possa acelerar a D2 [segunda dose]”, disse o ministro.
O ministro também falou que a logística de distribuição das primeiras doses da vacina contra a Covid-19 será alterada pelo governo federal, para garantir que todos os estados terminem a aplicação dos primeiros imunizantes.
«Estamos vacinando, no estado de São Paulo, adolescentes, e em outros estados ainda não conseguimos chegar na faixa etária de 18 anos. Cumpre ao Ministério da Saúde equilibrar. O mesmo compromisso que o Ministério tem para com os brasileiros que residem em São Paulo, o Ministério tem com os brasileiros que residem no estado do Pará», afirmou o ministro.
Sobre o critério estabelecido para a nova metodologia de distribuição das vacinas, Queiroga destacou que irá obedecer ao número de pessoas acima de 18 anos em cada estado que ainda não recebeu as doses. Esse número é obtido pela subtração da população total acima de 18 anos pelos imunizantes distribuídos até o momento.
3ª dose
O ministro da Saúde também afirmou que a terceira dose da vacina será aplicada, inicialmente, em idosos e profissionais da saúde. Entretanto, não informou quando a dose de reforço começará no Brasil.
Em São Paulo, o secretário Estadual de Saúde, Jean Gorinchteyn, falou que o assunto também é analisado. «Temos um comitê que discute a questão e existem aqueles que definem a conclusão da vacinação de toda a população, aqueles que defendem a ampliação das faixas etárias e aqueles que defendem a terceira dose. Com certeza, se a gente tiver mais doses das vacinas, vamos adotar essa estratégia, mesmo que seja inicialmente para um público específico, dos idosos, pessoas com comorbidades e profissionais de saúde», destacou.
Comitê Científico
Durante a entrevista coletiva, o governador João Doria anunciou que o Centro de Contingência da Covid-19 agora passará a ser o Comitê Científico da Covid-19, com redução de 21 para 9 especialistas.
«São as mesmas pessoas, o mesmo time, os mesmos médicos, os mesmos cientistas, porém, em um número menor» disse. «Não há necessidade de se mobilizar 21 pessoas para fazer aquilo que nove pessoas podem fazer com o mesmo grau de eficiência no estágio atual da pandemia», destacou o governador.
Continuam a frente do grupo João Gabbardo e Paulo Menezes.