A Justiça de São Paulo negou nesta quinta-feira (19) o pedido de prisão domiciliar feito pela defesa da jovem Lorraine Cutier Bauer Romeiro, de 19 anos, conhecida como “Gatinha da Cracolândia”, presa por tráfico de drogas na região central da capital. Ela segue desde o último dia 22 de julho na carceragem do 89º Distrito Policial do Morumbi, na Zona Sul de São Paulo.
A defesa da jovem entrou com o pedido de prisão domiciliar, já que ela tem uma filha de 9 meses. A medida foi baseada em uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que, em 2018, decidiu conceder prisão domiciliar a presas gestantes ou mães de filhos com até 12 anos que ainda não tenham sido condenadas.
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Porém, o juiz da 2ª Vara Criminal de São Paulo entendeu que a medida não vale para o caso da jovem. Agora, o advogado dela, José Almir , disse que pretende recorrer ao Tribunal de Justiça.
Lorraine foi presa no dia 22 de julho no município de Barueri, na Grande São Paulo, durante a Operação Carontes da Polícia Civil. Ao ser levada pelos policiais, ela confessou que tinha entorpecentes escondidos em um hotel na região da Cracolândia.
A jovem já cumpria prisão domiciliar desde o dia 30 de junho, mas voltou a ser flagrada pelos policiais comercializando as drogas e teve o pedido de prisão feito pelas autoridades. No dia seguinte, a prisão dela foi convertida de temporária para preventiva.
Lucro de R$ 6 mil por dia
De acordo com as investigações, Lorraine lucrava, em média, R$ 6 mil por dia com tráfico de drogas. Ela pegava um quilo por cerca de R$ 21 mil o vendia por até R$ 35 mil.
Imagens de um relatório da investigação mostram a jovem vendendo drogas dentro de tendas na Cracolândia, ao lado do namorado. Segundo a polícia, ela também era responsável por levar os entorpecentes para abastecer os locais onde eles eram escondidos. Para não chamar a atenção, usava roupas escuras e com capuz na cabeça.
O namorado dela foi preso em junho deste ano e, desde então, a jovem assumiu o comando do comércio de drogas. A investigação aponta que ela era quem fazia os repasses de dinheiro ao PCC, organizava onde os entorpecentes seriam escondidos e ia diretamente para as tendas para atender o “fluxo” de usuários.
Influencer
Moradora de uma casa comum em Barueri, Lorraine aparece nos relatórios da polícia com o codinome de Lo Bauer e é acusada de atuar em uma das barracas que vendiam drogas na Cracolândia. Nas redes sociais, ela aparentava uma vida confortável.
Antes de ser presa duas vezes por tráfico de drogas em menos de um mês, a jovem branca e loira era seguida por 36 mil pessoas no Instagram e postava fotos em poses sensuais em locais paradisíacos, com praias ou cachoeiras.
Para a investigação da Operação Caronte, Lo Bauer era responsável por uma das cerca de 30 barracas da feira de drogas a céu aberto na Cracolândia. As tendas são arrendadas pelo Primeiro Comando da Capital (PCC), que controla a área, cobra aluguel e fatura ao menos R$ 200 milhões por ano.