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‘Por favor, leve-nos embora antes que o Talibã venha nos matar’, pede jovem afegã

Ela está escondida com sua mãe e irmã após receber ameaças do Talibã.

Jovem afegã teme por sua família
Zahra teme pela segurança de sua família The Mirror

De um local secreto a jovem Zahra Nazari implorou por ajuda. Ela é uma jovem empresária e defensora dos direitos das mulheres. Sua mãe foi a primeira mulher da cidade de Bamiyan, no centro do Afeganistão, a abrir sua própria loja. Sua irmã, de 18 anos, foi a primeira esquiadora afegã, capitã da equipe de esqui do país.

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As três mulheres estão escondidas, com fome e sem dinheiro, temendo que o Talibã as encontre. Elas foram juradas de morte.

Em declaração ao The Mirror, Zahra, que tem 20 anos, disse: “Estamos com muito medo e não sabemos o que fazer. O Talibã disse que vai nos matar porque fizemos coisas que eles dizem que as mulheres não têm permissão para fazer. Eu tenho um sentimento muito ruim. Não consigo dormir, tentei dormir quatro ou cinco noites e não consigo”.

“Tudo o que posso pensar é que acabou. Estudei e trabalhei muito, tinha esperança, mas o Talibã voltou e levou tudo embora. Eu não sei como vou sobreviver. Não tenho mais esperança”, declarou a jovem.

Ela implorou por ajuda ao presidente norte-americano e ao primeiro-ministro britânico. “Por favor presidente Biden e primeiro-ministro Johnson, espero que vocês vejam a situação em que estou, com minha mãe e minha irmã e nos ajudem. Por favor, nos tire daqui antes que o Talibã venha e nos mate”.

Zahra, que também pertence ao grupo minoritário Hazara que é odiado pelo Talibã, nasceu em Bamiyan, cidade próxima a capital Cabul. Ela cresceu quase totalmente livre da tirania do grupo extremista.

Quando ela tinha dois anos de idade, quatro de seus tios e sua meia-irmã mais velha foram mortos em um ataque do Talibã na cidade. Quando seu pai descobriu sobre as mortes, teve um ataque cardíaco e morreu, deixando sozinhas as filhas e a esposa.

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Com as liberdades concedidas às mulheres pelas forças ocidentais, sua mãe e irmã mais nova aproveitaram as liberdades concedidas. Sua mãe abriu uma loja de artesanato a qual Zahra assumiu a direção ainda enquanto estava na escola. A então adolescente empregou 15 mulheres e foi eleita como a melhor empresária nos anos de 2017 e 2018.

Jovem afegã implora por ajuda

As atividades de sua família a colocaram na mira do Talibã que, dois anos atrás, explodiu uma bomba do lado de fora da loja da família, quebrando as janelas enquanto sua mãe estava no local. Quatro meses atrás Zahra recebeu outro aviso.

“Alguém entrou na minha loja e disse que tinha uma mensagem do Talibã. Ele disse que o Talibã atacaria minha cidade e, quando o fizessem, viriam e me matariam, porque as mulheres não podem ter negócios. Eles disseram que iriam me caçar e às mulheres que trabalham para mim, e nos executar”, relata a jovem.

Segundo ela, o governador da província informou de um possível ataque à cidade o que fez com que ela, sua família e outras mulheres fugissem da cidade.

“Na estrada para Cabul havia muitos postos de controle do Talibã. Estávamos tão preocupados, estávamos chorando. Eles estavam armados e havia poças de sangue nos postos de controle. Eles nos perguntaram para onde íamos, se estávamos vindo de Bamiyan e onde trabalhamos. Respondemos que não trabalhamos, não estudamos e somos mulheres simples”, relatou.

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Zahra ainda disse que ninguém deve acreditar que o Talibã irá respeitar os direitos das mulheres. “Depois de acalmar as mulheres e tranquilizar a comunidade internacional, eles implementarão suas leis radicais. Não temos confiança no Talibã e em suas palavras. Eles não estão melhores do que eram há 20 anos, estão piores”.

Enquanto as forças ocidentais saem do país, Zahra e sua família se sentem sozinhas e temem por suas vidas. “Não podemos tentar sair do país porque as fronteiras são muito perigosas. Não temos mais casa e, se nos encontrarem, vão nos matar. Eu quero fugir, mas não tenho para onde ir”.

“Eu nunca consigo dormir. Eu sinto até mesmo que Deus e o Islã nos abandonaram”, finaliza a jovem.

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