Já recebeu alguma ligação de alguém dizendo ser funcionário do seu banco e solicitando dados pessoais? Caso isso aconteça, nunca forneça as informações. Quem faz o alerta é a Polícia Civil de São Paulo, que criou uma cartilha onde reúne os principais golpes eletrônicos que são cometidos nos dias de hoje. Entre eles estão as fraudes bancárias.
O Metro World News conversou com o delegado Gaetano Vergine, titular da Divisão de Crimes Cibernéticos (DCCIBER), do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), que investiga esse tipo de crime. Ele explicou quais os principais cuidados que devem ser tomados.
«Temos vítimas que são de cargos elevados, até no serviço público, como empresários, pessoas simples, idosas, não existe um padrão. Todo mundo está sempre em risco. A maioria dos golpes usam a enhengaria social, que é o antigo estelionato, é a malícia. Eles contam uma história para a pessoa e faz com que ela passe seus dados. Essas perguntas são costumeiras e no final mandam o número para a pessoa validar, então todo cuidado é pouco», alerta o delegado.
Leia também:
- Boleto falso: saiba como se prevenir do golpe eletrônico e o que fazer caso se torne vítima
- Clonagem de WhatsApp: saiba como se prevenir e o que fazer caso caia no golpe
Ele diz que, quando a própria pessoa não toma os devidos cuidados, não há sistema de segurança capaz de impedir a ação dos criminosos.
«Uma vítima que atendemos recebeu uma comunicação da finaceira na qual ele tinha uma dívida. O golpista acabou induzindo ele fazer outro empréstimo para pagar o anterior e ele e acabou acumulando as duas contas. Sendo assim, a gente alerta que a pessoa use todos os recursos que as plataformas fornecem para evitar os riscos. Porém, se ela passar as informações solicitadas por desconhecidos ao telefone, por exemplo, não existe plataforma segura que vai impedir o golpe», afirma Vergine.
Fraudes bancárias
Segundo a cartilha da polícia, existem alguns tipos de fraudes bancárias mais recorrentes. Uma delas é quando um falso funcionário ou falsa central de atendimento faz o contato com a vítima. Na ligação, o estelionatário finge ser funcionário da instituição financeira e diz estar com problemas no cadastro ou irregularidades na conta. O alvo fornece informações sobre sua conta e, com isso, o bandido realiza as transações fraudulentas.
Outra modalidade é a do falso motoboy. Neste caso, integrantes da quadrilha ligam para a vítima e dizem pertencerem à central de relacionamento do banco. Afirmam que houve problemas com o cartão e pedem que ela digite sua senha numérica no teclado do telefone. Na sequência, dizem que enviaram um motoboy para pegar o cartão. Em posse do cartão e a senha, realizam as fraudes.
Há ainda a modalidade de golpe conhecida como «phishing», que é quando o criminoso envia links, e-mails e SMS para a vítima com mensagens que, na maioria das vezes, exploram as emoções (curiosidade, oportunidade única, medo, etc), fazendo com que ela clique nos links e anexos que subtraem dados pessoais ou induzem a realizar cadastros ou fornecer informações.
Como evitar o golpe:
- Evite usar computadores públicos e redes abertas de Wi-Fi para acessar conta bancária ou fazer compras online;
- NUNCA abra e-mails de origem ou de procedência duvidosa;
- Não execute programas, abra arquivos ou clique em links que estejam anexados ou no corpo desses e-mails;
- Delete esses e-mails e, caso tenha clicado em alguma parte deste e-mail e executado um programa, comunique imediatamente ao seu banco o ocorrido e altere todas as suas senhas de acesso à sua conta bancária em outro computador confiável, ou no mesmo, após uma verificação completa de infecção de vírus por um técnico confiável;
- NUNCA utilize seu cartão para fazer compras em sites desconhecidos.
Caso tenha sido vítima, o que fazer:
- Entre em contato com o banco e tente bloquear o valor;
- Tire cópia do comprovante de pagamento e demais documentos correlatos;
- Em posse de todas essas informações, procure a Delegacia de Polícia mais próxima de sua casa ou registre um Boletim de Ocorrência Eletrônico através do site da Delegacia Eletrônica na opção «Outros Crimes».
Mais cuidados
A Polícia Civil ainda orienta os usuários de aplicativos bancários em dispositivos móveis a habilitar as ferramentas de segurança oferecidas nos celulares, bem como a evitar certos comportamentos que podem facilitar a ação dos criminosos.
É importante não guardar senhas bancárias e de cartões de crédito no bloco de notas do celular ou em aplicativos de mensagens e e-mails; evitar usar a mesma senha para diferentes aplicativos ou contas bancárias; evitar entrar em sites maliciosos e não armazenar fotos de cartões de crédito ou de débito nas bibliotecas de imagens.
Também é fundamental que não sejam fornecidos a terceiros senhas, dados de autenticação ou conteúdo de mensagens. Além disso, caso o usuário receba mensagens de remetente desconhecido seja por aplicativos ou e-mails, ele deve providenciar o bloqueio do contato de quem enviou.