Muitos passageiros foram surpreendidos pela greve dos trabalhadores da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), iniciada na madrugada desta terça-feira (24), em São Paulo, por tempo indeterminado. São afetadas as linhas 11-Coral, 12-Safira, e 13 Jade.
Por causa da paralisação, a pedido da CPTM, a SPTrans acionou o Plano de Atendimento entre Empresas de Transporte em Situação de Emergência (Paese) para cobrir o trajeto entre as estações Jardim Romano, no Itaim Paulista, e Tatuapé, na zona leste da cidade. Mesmo assim, muitas pessoas reclamaram nas redes sociais sobre os transtornos enfrentados para conseguir acessar os ônibus e das aglomerações.
A Prefeitura de São Paulo também suspendeu o Rodízio Municipal de Veículos por conta da greve. A medida vigorou no período da manhã e valerá ainda no fim desta terça-feira.
Até as 14h30, a situação nas linhas era a seguinte, segundo a CPTM:
- Linha 7 – Rubi: operação normal
- Linha 8 – Diamante: operação normal
- Linha 9 – Esmeralda: operação normal
- Linha 10 – Turquesa: operação normal
- Linha 11 – Coral: operação parcial
- Linha 12 – Safira: paralisada
- Linha 13 – Jade: paralisada
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O que pedem os funcionários?
Os funcionários da CPTM estão divididos em três sindicatos. Desta vez, a greve foi decretada pelo Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias da Zona Central do Brasil (Sindcentral), que representa aqueles que atuam nas linhas 11-Coral, 12-Safira, e 13 Jade. Segundo a entidade, a CPTM e o governo do estado não apresentaram uma proposta que atendesse a categoria pelo segundo ano consecutivo.
“Negando-se a repor as perdas salarias para a inflação que só sobe, aos trabalhadores ferroviários que vêm se doando nesse momento tão delicado da saúde pública transportando, sem interrupção, a maior cidade da América do Sul”, diz texto de comunicado à população.
Os trabalhadores pedem reposição da inflação e retroativo pago em agosto e setembro. Em audiência no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) na segunda-feira (23), a CPTM ofereceu reajuste de 4% em agosto de 2021 e 6% em janeiro de 2022, com parcelamento do retroativo a partir de fevereiro de 2022. Mas a proposta não foi aceita e ainda não há previsão de uma nova rodada de negociações.
O que diz a CPTM?
A CPTM oferece reajuste de 4% em agosto de 2021 e 6% em janeiro de 2022, com parcelamento do retroativo a partir de fevereiro de 2022. A empresa diz ainda que, em relação ao dissídio coletivo de 2020, foi proposto reajuste de 4% a partir de agosto de 2021, retroativo a março de 2020. Além do pagamento do PPR em duas parcelas (a primeira já paga em 10/08 e a outra metade no dia 10 de janeiro de 2022).
Em nota, a companhia lamentou a decisão sobre a greve e alega que mantém salários e benefícios rigorosamente em dia, mesmo tendo sido duramente afetada pela queda na demanda de passageiros durante 2020 e todo o ano de 2021.
Determinação da Justiça
Segundo a Justiça do Trabalho, com a deflagração do movimento grevista, os funcionários deverão manter 70% do efetivo nos horários de pico, das 5h às 9h e das 17h às 20h, e 50% nos demais horários. A determinação foi dada pelo desembargador Rafael Pugliese, em liminar que atendeu parcialmente o pedido feito pela empresa.
Apesar da decisão, a CPTM diz que no período da manhã a determinação não foi cumprida. As linhas paralisadas estavam sem nenhum maquinista, e foram operadas por supervisores.