O governo de São Paulo anunciou na noite desta sexta-feira, 10, que, a partir da próxima semana, quem estiver com a segunda dose da AstraZeneca atrasada poderá se vacinar com a Pfizer. A medida foi tomada para garantir o esquema vacinal da população em meio à escassez de doses de AstraZeneca e ao que governo estadual chama de «apagão do Ministério da Saúde».
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Um pouco mais cedo, o governador João Doria (PSDB) chegou a dizer que, caso não receba do governo federal 1 milhão de doses de AstraZeneca até a próxima terça-feira, 14, o Estado pretende recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo ele, a quantia já deveria ter sido entregue.
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Enquanto novas doses não chegam, o governo de São Paulo informou em nota, que poderá se vacinar com a segunda dose da Pfizer quem estiver com a dose de AstraZeneca com vencimento entre os dias 1 e 15 de setembro.
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Para viabilizar o plano, serão entregues aos municípios durante o final de semana cerca de 400 mil doses extras de Pfizer. Elas chegaram nos últimos dias ao Estado e serão remanejadas para a aplicação desta segunda dose. Segundo a pasta, os municípios também poderão aplicar vacinas da Pfizer que tiverem em estoque.
A decisão é emergencial e, de acordo com o governo, visa a «amenizar os transtornos causados pelo não envio das doses». O governo estadual afirmou que desde o fim de semana cerca de 1 milhão de pessoas ficaram sem o esquema vacinal completo. A expectativa da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo é de que nos próximos dias a situação seja regularizada.
A intercambialidade das vacinas foi chancelada pelo Comitê Científico do governo do Estado e pelo Programa Estadual de Imunização (PEI), que embasaram a decisão em estudos da Organização Mundial de Saúde (OMS) e em orientações do próprio Ministério da Saúde.
Na nota técnica 6/2021, o ministério determinou que vacinas heterólogas podem ser administradas quando houver indisponibilidade do imunizante aplicado como primeira dose.
Sobre a falta de doses de AstraZeneca, o ministério afirmou que São Paulo utilizou como primeira dose vacinas destinadas à dose dois. «Ao contrário do que foi divulgado pelo governo de São Paulo, o Ministério da Saúde não deve segunda dose de vacina covid-19 da AstraZeneca ao Estado de São Paulo», disse em nota.
Governo do Mato Grosso do Sul pretende tomar medida semelhante
Para combater a falta de doses, o governo do Mato Grosso do Sul estuda aplicar a partir de segunda-feira, 13, a vacina da Pfizer em quem estiver com a segunda dose de AstraZeneca atrasada. «Já estamos sem estoques na maioria dos municípios, senão na totalidade deles», relatou ao Estadão o secretário estadual de Saúde do Estado, Geraldo Resende.
Segundo ele, a previsão é de que seriam entregues 49,5 mil doses da vacina até o fim desta semana e 153 mil até o final de setembro. Caso não cheguem novas remessas até a próxima segunda, Resende disse que o Mato Grosso do Sul pretende começar a completar o esquema vacinal da população com imunizantes da Pfizer.