Um levantamento da Associação Brasileira de Medicina do Tráfego (Abramet) revela que o número de acidentes graves envolvendo ciclistas no país teve um aumento de 30% nos cinco primeiros meses deste ano, na comparação com o mesmo período do ano passado. Esses são os casos em que as vítimas sofreram traumas e precisaram de atendimento médico.
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“Esses dados demonstram a importância de termos atenção e iniciativas focadas nesse público. O uso da bicicleta cresceu no Brasil e exige uma abordagem de prevenção ao sinistro”, avaliou o presidente da Abramet, Antonio Meira Júnior.
Segundo a associação, em janeiro de 2019 foram registrados 1.100 sinistros graves com ciclistas, contra 1.451 em janeiro de 2021, mês com o mais alto nível de sinistros compilados no período estudado. Os dados mostram uma oscilação suave nas ocorrências, que mantiveram média de registro de 1.185 casos mensais nos últimos dois anos.
Preparado com o suporte da agência 360° CI, o estudo da Abramet apropriou dados oficiais do Datasus, do Ministério da Saúde, relativos aos sinistros de trânsito envolvendo ciclistas.
Evolução dos acidentes
Os dados avaliados pela Abramet mostram a evolução dos sinistros graves com ciclistas em todo o Brasil, com um mapeamento por Região, Estado e Município. Chama a atenção a escalada no registro de sinistros no estado de Goiás: em 2021, houve um aumento de 240% em relação a 2020, com 406 casos a mais.
Merecem destaque, ainda, os estados em que a incidência de sinistros graves acumulou crescimento de 100% ou mais, como Rondônia (113%) e Sergipe (100%). Entre os municípios, o estudo identifica panorama preocupante nas capitais, especialmente Belo Horizonte, Goiânia e Fortaleza.
O mapeamento avaliou, ainda, o perfil dos ciclistas envolvidos em sinistros graves: cerca de 80% eram homens e a faixa etária predominante está entre 20 e 59 anos – que corresponde a 60% dos casos.