O Metro World News conversou com o delegado Gaetano Vergine, titular da Divisão de Crimes Cibernéticos (DCCIBER), do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), que investiga esse tipo de crime. Segundo ele, não são só os clientes que acabam sendo vítimas dos bandidos, mas também os leiloeiros oficiais, que trabalham na legalidade.
«Os criminosos buscam sempre um ‘upgrade’ a cada dia e, um dos golpes mais comuns ultimamente, são em sites de falsos leilões. Neles, os bandidos anunciam carros, por exemplo, com preços mais baixos que os praticados no mercado e isso acaba atraindo as vítimas. Mas também há aqueles golpistas que usam até mesmo os valores praticados pela Tabela Fipe [Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas], para dar um ar de seriedade ao negócio que está sendo oferecido. Aí a pessoa cai, acaba fazendo depósitos e ficam sem o dinheiro. E os leiloeiros oficiais também são prejudicados, pois ficam com seus serviços comprometidos e desacreditados», afirmou.
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Segundo o delegado, antes de fechar qualquer negociação pela internet, ainda mais de um produto de maior valor, o interessado deve buscar informações sobre o leiloeiro. «Ela tem que saber qual o CNPJ [Cadastro de Pessoa Jurídica], fazer pesquisas em sites de reclamações, redes sociais, verificar se o site tem selo de segurança, se não há erros de português, não acredite em ofertas muito tentadoras. A qualquer sinal de desconfiança, saia fora desse negócio», alerta Vergine.
Golpe do falso leilão
Após transferir o valor para a conta indicada no termo, a vítima não consegue mais nenhuma forma de contato com a empresa que realizava o leilão e só aí percebe que caiu em um golpe.
Ainda segundo a polícia, algumas vezes, os criminosos até chegam a usar dados de leiloeiros oficiais que já atuam no mercado, sem que eles tenham conhecimento, e induzem a vítima a acreditar na veracidade do negócio. Nesses casos, os profissionais que atuam corretamente também se tornam vítimas dos bandidos.
Como evitar o golpe:
- Procure utilizar terminais (computador, smartphone, tablet) que sejam seguros;
- Leia atentamente as informações contidas no site e do veículo que deseja arrematar;
- Normalmente sites fraudulentos podem conter erros de português e erros nas especificações técnicas do veículo leiloado;
- Pesquise o CNPJ e do endereço informados junto ao site;
- Desconfie de preços muito baixos e faça uma pesquisa em relação ao veículo que deseja arrematar;
- Realize pesquisas na internet para obter informações a respeito da reputação do site. Essas informações podem ser obtidas através do site do Reclame Aqui ou de redes sociais. É possível ainda verificar a lista de sites reprovados, disponibilizada pelo Procon.
- Verifique se o site é seguro, localizando o ícone de um cadeado, ao lado do endereço do site (URL). Ao clicar no cadeado, será exibido o certificado de segurança da página;
- Confira para quem o pagamento está sendo realizado. No termo de arrematação, a conta bancária informada para a transferência deve estar em nome do Leiloeiro. Não efetue o pagamento, caso haja qualquer divergência;
- Evite clicar em links que direcionam a navegação diretamente ao site de leilão online. Ao invés disso, prefira digitar o endereço do site (URL) junto à barra de endereço de seu navegador;
- Atenção: os sites fraudulentos geralmente possuem o endereço muito semelhante ao site verdadeiro, sendo modificado de forma quase imperceptível, portanto, verifique atentamente o endereço a fim de se certificar se o site em que está se conectando é o site verdadeiro.
Caso tenha sido vítima, o que fazer?
- Verifique se o site ainda está ativo e copie seu endereço (URL);
- Faça um print da página e do produto anunciado;
- Providencie uma cópia do termo de arrematação, boleto ou dados bancários utilizados para o pagamento, bem como do comprovante do pagamento;
- Em posse de todas essas informações, procure a Delegacia de Polícia mais próxima de sua casa ou registre um Boletim de Ocorrência Eletrônico através do site da Delegacia Eletrônica na opção «OUTROS CRIMES».
- Importante: Realize contato com a instituição bancária utilizada para efetuar o pagamento, para verificar a possibilidade de bloquear o valor na conta beneficiada.