O Tribunal de Justiça de São Paulo negou um pedido de revogação da prisão preventiva feito pela defesa da jovem Lorraine Cutier Bauer Romeiro, de 19 anos, conhecida como “Gatinha da Cracolândia”, presa por tráfico de drogas na região central da capital. Ela já teve outro pedido de prisão domiciliar negado.
Na decisão, publicada na terça-feira (27), o juiz Gerdinaldo Quichaba Costa, da 13ª Vara Criminal de São Paulo, diz que ainda estão presentes os requisitos da prisão preventiva «uma vez que a acusada foi presa em flagrante pelo crime de tráfico de drogas, sendo que já respondia outro processo em relação ao mesmo delito.»
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O juiz destacou, ainda, que não é cabível a conversão da prisão preventiva em domiciliar, uma vez que Lorraine descumpriu o mesmo benefício em outro processo recentemente.
Em 19 de agosto, a Justiça já havia negado o pedido de prisão domiciliar para Lorraine. A defesa, então, recorreu à segunda instância, com o pedido de liberdade, que agora foi negado. Na ocasião, o advogado da jovem tinha ingressado com um pedido para que a prisão dela por tráfico fosse convertida em domiciliar, já que ela tem uma filha de 9 meses. O caso foi julgado improcedente.
Prisão
Lorraine foi presa no dia 22 de julho no município de Barueri, na Grande São Paulo, durante a Operação Carontes da Polícia Civil. Ao ser levada, a polícia diz que ela confessou que tinha entorpecentes escondidos em um hotel na região da Cracolândia.
A jovem já cumpria prisão domiciliar desde o dia 30 de junho, mas voltou a ser flagrada pelos policiais comercializando as drogas e teve o pedido de prisão feito pelas autoridades. No dia seguinte, a prisão dela foi convertida de temporária para preventiva.
Lucro de R$ 6 mil por dia
De acordo com as investigações, Lorraine lucrava, em média, R$ 6 mil por dia com tráfico de drogas. Ela pegava um quilo por cerca de R$ 21 mil o vendia por até R$ 35 mil.
Imagens de um relatório da investigação mostram a jovem vendendo drogas dentro de tendas na Cracolândia, ao lado do namorado. Segundo a polícia, ela também era responsável por levar os entorpecentes para abastecer os locais onde eles eram escondidos. Para não chamar a atenção, usava roupas escuras e com capuz na cabeça.
O namorado dela foi preso em junho deste ano e, desde então, a jovem assumiu o comando do comércio de drogas. A investigação aponta que ela era quem fazia os repasses de dinheiro ao PCC, organizava onde os entorpecentes seriam escondidos e ia diretamente para as tendas para atender o “fluxo” de usuários.
Influencer
Moradora de uma casa comum em Barueri, Lorraine aparece nos relatórios da polícia com o codinome de Lo Bauer e é acusada de atuar em uma das barracas que vendiam drogas na Cracolândia. Nas redes sociais, ela aparentava uma vida confortável.
Antes de ser presa duas vezes por tráfico de drogas em menos de um mês, a jovem branca e loira era seguida por 36 mil pessoas no Instagram e postava fotos em poses sensuais em locais paradisíacos, com praias ou cachoeiras.
Em entrevista à TV Record, a jovem disse que nunca vendeu entorpecentes e, sim, era usuária. “Não [sou traficante]. Sou usuária. Tinha uns 14, 15 anos [na primeira vez que usou drogas]. Uma vez, me ofereceram maconha e acabei fumando. Eu acabei gostando da sensação, e aí, no outro dia, queria de novo e de novo. Foi aí que percebi que tinha virado dependente. Já usei bala, cocaína, lança-perfume e maconha”, afirmou a jovem, que ressaltou que nunca vendeu drogas na Cracolândia e que ia ao local apenas para comprar.