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Na fronteira com Paraguai, PF prende prende suspeitos de roubos em Araçatuba

Ambos os detidos são integrantes da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), segundo a polícia.

Criminosos espalharam explosivos por Araçatuba, que foram desarmados pela polícia Reprodução

Dois integrantes da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), presos em operação da Polícia Federal na fronteira do Brasil com o Paraguai, são suspeitos de terem participado dos ataques a bancos em Araçatuba, interior de São Paulo, no dia 30 de agosto.

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Anderson Meneses de Paula, o “Tuca”, e William Meira do Nascimento, o “Bruxo”, foram presos no domingo, 3, em operação conjunta da Polícia Federal e de agentes paraguaios, em Ponta Porã, no Mato Grosso do Sul, e na vizinha Pedro Juan Caballero, no Paraguai. Segundo a PF, “Bruxo” seria do núcleo de comando do PCC e estaria vinculado aos grandes assaltos e ações conhecidas como “novo cangaço”.

Já conforme a polícia paraguaia, “Tuca” seria o principal chefe do grupo conhecido como “Justiceiros da Fronteira”, responsável por ao menos vinte execuções nos últimos meses. O grupo executava pessoas suspeitas de envolvimento em furtos e roubos na região e deixava bilhetes ao lado do corpo com alertas a outros ladrões. Algumas das vítimas foram decapitadas ou tiveram membros decepados. Junto com “Tuca” foram presas sua mulher, a brasileira Francisca Kelly Lima da Silva, e outras três pessoas.

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A operação, denominada “Escritório do Crime”, foi deflagrada pela PF em conjunto com a Secretaria Nacional Antidrogas (Senad) do Paraguai. Os agentes cumpriram oito mandados de busca e apreensão em imóveis de Ponta Porã, três em Pedro Juan Caballero além de quatro mandados de prisão. Conforme a Senad, “Tuca” e “Bruxo” estavam envolvidos em roubos a bancos e tinham se especializado no uso de explosivos, gozando da confiança do alto comando do PCC. “No país vizinho (Brasil), se atribui a eles a tomada de uma cidade inteira (Araçatuba) para a execução de roubos a bancos”, disse, em nota.

A suspeita é de que os dois criminosos cuidaram do planejamento do ataque aos bancos de Araçatuba com explosivos e preparam os artefatos que foram espalhados pela região central para dificultar a ação da polícia. Conforme a linha de investigação da PF, eles também atuavam como traficantes de armas e podem ter disponibilizado armamento pesado que foi empregado pela quadrilha durante o mega-assalto.

As ações foram realizadas de forma simultânea, pois os criminosos se movimentam permanentemente entre as duas cidades fronteiriças. Os presos foram levados para Ponta Porã e tiveram as prisões confirmadas em audiência de custódia. Em nota, a PF informou que a operação resultou também na apreensão de “diversos bens e valores, bem como munições de grosso calibre”. Os investigados podem responder pelos crimes de tráfico internacional de drogas, organização criminosa e tráfico internacional de armas, cujas penas somadas podem ultrapassar 30 anos de prisão.

Mega-ataque

No dia 30 de agosto deste ano, ao menos 25 criminosos invadiram a região central de Araçatuba, travaram intenso tiroteio com a Polícia Militar e explodiram dois bancos. Uma terceira agência foi atacada a tiros. Os criminosos tomaram moradores como reféns e os usaram como escudos humanos, presos sobre o capô de veículos. Os bandidos minaram a região com 100 quilos de explosivos para dificultar a ação da polícia. Uma bomba explodiu ferindo gravemente um morador. Três pessoas morreram durante o ataque - dois moradores e um suspeito.

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