Testemunhas da queda de avião que matou a cantora Marília Mendonça e mais quatro pessoas, em Minas Gerais, contaram que viram a aeronave rodopiando no ar antes de cair. O acidente aconteceu em Piedade de Caratinga na última sexta-feira (5).
“Foi uma zoeira muito forte, né? Eu sabia que tinha um avião passando. Como estamos acostumados aos aviões passar aqui, só pensei: nossa, tá muito baixo, né? Esse avião está voando muito baixo. Eu olhei para cima, aí ele já veio rodando, girando, rodando e pum, caiu”, relembrou a doméstica Dila Santos em entrevista ao “Fantástico”, da TV Globo.
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O caseiro José Antônio da Silva também falou sobre a forma que a aeronave girava antes de cair. “Eu estava no terreiro da minha casa, descarregando o carro, quando ouvi um barulho. Aí eu olhei para cima e vi um avião vindo daquela rede lá, daquela torre lá. Ele veio girando e depois ele embicou para cá, para baixo já girando, tipo um jacaré quando pega uma presa”, contou.
Já o bombeiro Rafael Libardi, o primeiro a entrar na aeronave, falou sobre a cena que viu. Segundo ele, demorou um tempo até que percebesse que se tratava da artista. “Me aproximei, a porta do avião já estava aberta. Eu chamava, tentava verbalizar, tentava buscar uma resposta de alguém. Aí que eu fui me dar conta que realmente era Marília Mendonça”, lembrou.
O acidente aconteceu na tarde de sexta-feira, quando a cantora seguia para fazer shows em Minas Gerais. A aeronave partir do Aeroporto Santa Genoveva, em Goiânia, e seguia para Caratinga (MG). No entanto, caiu em uma cachoeira a 2 km do aeroporto de destino.
Além de Marília Mendonça, morreram no acidente o produtor Henrique Ribeiro; o tio da artista, Abicieli Silveira Dias Filho; o piloto Geraldo Martins de Medeiros e o copiloto Tarciso Pessoa Viana.
A cantora fez uma publicação em suas redes sociais contando sobre a agenda de shows do fim de semana. Ela tinha 26 anos e deixa um filho, que fará dois anos em dezembro. O corpo dela e do tio foram sepultados em Goiânia, no sábado (6).
Investigação
A aeronave em que Marília e a equipe viajavam é um bimotor Beech Aircraft, da PEC Táxi Aéreo, com capacidade para seis passageiros. O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) investiga as causas do acidente. Não há um prazo para a conclusão dos trabalhos.
A Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) confirmou que a aeronave atingiu uma linha de distribuição de alta tensão antes de cair, a cinco quilômetros do aeródromo. Ainda de acordo com a Cemig, o cabo específico rompido na colisão era um cabo para-raios, que não fica energizado.
O avião bimotor foi retirado da cachoeira e será levado de caminhão para passar por uma perícia no Rio de Janeiro. Para facilitar o transporte, as asas foram cortadas.