O laudo do Instituto Médico Legal (IML) que apura a morte da cantora Marília Mendonça e dos outros quatro ocupantes da aeronave, que caiu no último dia 5, em Minas Gerais, deve atestar morte “instantânea” após o acidente. Segundo antecipou o legista Pedro Coelho, em entrevista ao jornal O Globo, as vítimas sofreram “politraumatismo contuso”, o que significa que houve múltiplas lesões em órgãos vitais.
ANÚNCIO
O documento tem previsão de ficar pronto em dez dias, quando será encaminhado para a Polícia Civil.
LEIA TAMBÉM:
- Sobe para seis o número de mortos em acidente com ônibus de turismo, em SP
- Capital paulista mantém vacinação contra covid-19 no fim de semana
- MPF vai à Justiça por passaporte sanitário em eventos da Lei Rouanet
Ainda segundo Coelho, outros exames mais detalhados serão enviados para IML de Belo Horizonte, que possui mais recursos. Entre eles está a análise das condições cardíacas e neurológicas do piloto, Geraldo Medeiros, e do copiloto, Tarcísio Pessoa Viana, além dos exames toxicológicos.
“É preciso descartar ou confirmar, por exemplo, se o piloto ou o copiloto passaram mal durante o voo, se tiveram ou não um mal súbito. Todo tipo de detalhe precisa ser analisado”, disse o legista ao jornal.
O acidente
A queda da aeronave em que estava Marília Mendonça aconteceu no último dia 5, em Piedade de Caratinga (MG). Além da cantora, do piloto e do copiloto, também morreram o produtor Henrique Bahia e o tio e assessor da cantora Abicieli Silveira Dias.
A artista viajava para Caratinga para realizar um show no dia do acidente. Ela partiu de Goiânia, em Goiás, mas por volta das 15h20 o avião em que estava - um bimotor Beech Aircraft, da PEC Táxi Aéreo - caiu sobre uma cachoeira.
ANÚNCIO
Equipes do Corpo de Bombeiros Militar e do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) participaram do resgate das vítimas, mas não houve sobreviventes.
Marília tinha 26 anos e deixou um filho que fará dois anos em dezembro.
Investigação
O delegado Ivan Sales, responsável pelas investigações da Polícia Civil em torno do acidente disse que nenhuma câmera de monitoramento registrou a queda do avião. Segundo ele, um investigador, um técnico em monitoramento de câmeras e um perito visitaram residências próximas ao local do acidente em busca de equipamentos que pudessem ter capturado imagens da queda da aeronave, o que não ocorreu.
O delegado revelou ainda que, nos próximos dias, a polícia vai ouvir testemunhas e aguardar a conclusão dos laudos periciais. A investigação tem como objetivo apurar possíveis responsabilidades criminais.
Após o acidente, a Polícia Civil de Minas Gerais recolheu os celulares do piloto, assim como do copiloto.
Já os motores do avião serão analisados em uma empresa especializada de Sorocaba, cidade do interior de São Paulo. A fuselagem do bimotor foi embarcada para o Rio de Janeiro.
As análises fazem parte da perícia que o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) realiza nos destroços para identificar as causas do acidente. A perícia deve apontar se os equipamentos já apresentavam algum problema antes do choque com a linha de transmissão.