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‘Gatinha da Cracolândia’ confessa envolvimento, mas nega ser chefe do tráfico: ‘Só entregava’

A jovem Lorraine Cutier Bauer Romeiro, de 19 anos, conhecida como “Gatinha da Cracolândia”, confessou em audiência na Justiça ter envolvimento com tráfico de drogas na região central de São Paulo. Porém, negou ser a responsável por uma das tendas que comercializavam entorpecentes, segundo reportagem do site UOL.

A audiência em questão foi virtual e realizada pela 13ª Vara Criminal do Fórum de Barra Funda, na Zona Oeste, no último dia 19. Lorraine, que se tornou ré por tráfico de drogas no processo que corre em sigilo, negou a informação da Polícia Civil de que lucrava até R$ 6 mil por dia com a venda de drogas e disse que apenas ia até o local para ajudar o ex-namorado André Luiz Santos de Almeida, que também está preso.

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“Quando chegava lá [na Cracolândia], já estava tudo pronto. A barraca dele, com as coisas dele. Mas nunca fui por dentro dessas coisas [das informações sobre chegada de drogas ao local] (...). Nas vezes que ajudei ele, ajudei a contar dinheiro. E, às vezes, eu só entregava a pedra nas mãos dos usuários”, afirmou a jovem.

Em setembro deste ano, a jovem concedeu uma entrevista à TV Record, na qual negou qualquer envolvimento com o tráfico e disse ser usuária. No entanto, na audiência, mudou essa versão e confirmou que frequentava a região e que chegou a ajudar o ex-namorado no comércio de drogas.

“Acabei me deixando levar. Fui naquele lugar, sim, com o meu ex-namorado. Sou eu mesma nas fotos [imagens divulgadas pela Polícia Civil mostram Lorraine em uma das tendas da Cracolândia com André]. Mas eu só ia acompanhar. Quem fazia os negócios era ele”, ressaltou.

Ainda na audiência, a defesa de Lorraine informou que só irá detalhar o envolvimento da jovem com o tráfico em outro processo, na 2ª Vara de Crimes Tributários, Organização Criminosa e Lavagem de Bens e Valores, em sessão ainda sem data marcada.

O Metro World News não conseguiu contato com a defesa de André Luiz Santos de Almeida para comentar as declarações de Lorraine.

Prisão

Lorraine foi presa no dia 22 de julho no município de Barueri, na Grande São Paulo, durante a Operação Carontes da Polícia Civil. Ao ser levada, a polícia diz que ela confessou que tinha entorpecentes escondidos em um hotel na região da Cracolândia.

A jovem já cumpria prisão domiciliar desde o dia 30 de junho, mas voltou a ser flagrada pelos policiais comercializando as drogas e teve o pedido de prisão feito pelas autoridades. No dia seguinte, a prisão dela foi convertida de temporária para preventiva.

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No último dia 27 de setembro, a Justiça negou um pedido de revogação da prisão preventiva de Lorraine. Na ocasião, o juiz Gerdinaldo Quichaba Costa, também da 13ª Vara Criminal de São Paulo, disse que ainda estavam presentes os requisitos da prisão preventiva “uma vez que a acusada foi presa em flagrante pelo crime de tráfico de drogas, sendo que já respondia outro processo em relação ao mesmo delito.”

O juiz destacou, ainda, que não é cabível a conversão da prisão preventiva em domiciliar, uma vez que Lorraine descumpriu o mesmo benefício em outro processo.

Em 19 de agosto, a Justiça já havia negado outro pedido de prisão domiciliar para Lorraine. A defesa, então, recorreu à segunda instância, com o pedido de liberdade, mas que também foi negado. Na ocasião, o advogado da jovem tinha ingressado com um pedido para que a prisão dela por tráfico fosse convertida em domiciliar, já que ela tem uma filha de 9 meses. O caso foi julgado improcedente.

Lucro de R$ 6 mil por dia

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De acordo com as investigações, Lorraine lucrava, em média, R$ 6 mil por dia com tráfico de drogas. Ela pegava um quilo por cerca de R$ 21 mil o vendia por até R$ 35 mil.

Imagens de um relatório da investigação mostram a jovem vendendo drogas dentro de tendas na Cracolândia, ao lado do namorado. Segundo a polícia, ela também era responsável por levar os entorpecentes para abastecer os locais onde eles eram escondidos. Para não chamar a atenção, usava roupas escuras e com capuz na cabeça.

O namorado dela foi preso em junho deste ano e, desde então, a jovem assumiu o comando do comércio de drogas. A investigação aponta que ela era quem fazia os repasses de dinheiro ao PCC, organizava onde os entorpecentes seriam escondidos e ia diretamente para as tendas para atender o “fluxo” de usuários.

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Influencer

Moradora de uma casa comum em Barueri, Lorraine aparece nos relatórios da polícia com o codinome de Lo Bauer. Nas redes sociais, ela aparentava uma vida confortável.

Antes de ser presa duas vezes por tráfico de drogas em menos de um mês, a jovem branca e loira era seguida por mais de 50 mil pessoas no Instagram e postava fotos em poses sensuais em locais paradisíacos, com praias ou cachoeiras.

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