Quadros de lesões na pele que causam coceira vêm atormentando moradores de Recife, em Pernambuco, desde o início de outubro deste ano. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, até quinta-feira (25), 149 ocorrências foram registradas na cidade. No entanto, segundo o governo estadual, também há relatos de pacientes com os mesmos sintomas em Jaboatão dos Guararapes, Camaragibe, Paulista, Olinda, Cabo de Santo Agostinho e Ipojuca, somando cerca de 199 ocorrências.
ANÚNCIO
Segundo o governo pernambucano, a maior parte das pessoas afetadas relatam o surgimento de lesões na pele, em geral no tronco e braços, acompanhadas de coceira. Especialistas de saúde analisam a questão e monitoram pacientes com “lesões cutâneas a esclarecer”, mas um diagnóstico preciso ainda não foi fechado. A suspeita é que possa ser um surto de sarna humana, quadros de alergia ou até alguma doença causada por mosquitos.
LEIA TAMBÉM:
- Banco Central regulamenta Pix Saque e Pix Troco
- Covid-19: O que se sabe sobre a nova variante descoberta na África do Sul até agora
- Black Friday: saiba como proteger seus pagamentos e o que fazer caso caia em um golpe
No último dia 19, o governo estadual emitiu uma nota técnica, recomendando a notificação emergencial de casos suspeitos ao Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (Cievs). Já a Prefeitura do Recife tinha expedido um alerta epidemiológico no dia 17 de novembro.
Os primeiros casos sugiram no Recife no dia 1º de outubro em cinco crianças no Córrego da Fortuna e no Sítio dos Macacos. Até quinta-feira, já eram 149 notificações. Mas os casos se alastraram e já são investigados em pelo menos mais seis cidades.
A Secretaria Estadual de Saúde destacou que os pacientes são monitorados e que especialistas ainda analisam as lesões na pele para determinar qual a causa em cada município. No entanto, não há um prazo para divulgação do diagnóstico.
Estudo alertou para surto de sarna humana
Um estudo publicado no dia 15 de agosto deste ano, por pesquisadores da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), alertou que o uso indiscriminado da Ivermectina, usado por muitas pessoas durante a pandemia de covid-19 como forma de prevenção, mesmo sem indicação médica, pode ter desenvolvido a super resistência do Sarcoptes scabiei, ácaro responsável escabiose, também conhecida como sarna humana.
ANÚNCIO
A Ivermectina, que é um remédio antiparasitário, foi defendida pelo governo federal e inclusa no chamado “kit covid”. Alguns médicos chegaram a receitar o medicamento e muitas pessoas passaram a tomar por conta própria, no entanto, nenhum artigo científico comprovou a eficácia da substância para prevenir a covid-19.
No estudo da UFAL, os pesquisadores destacaram que o uso indiscriminado da Ivermectina poderia gerar a uma resistência do vírus que causa a sarna humana.
Além disso, o texto diz que “a intensificação de fatores relacionados à incidência de escabiose como pobreza, baixa escolarização, confinamento familiar e aumento de compartilhamento de artigos domésticos podem levar à manifestação de surtos.”