A mãe do copiloto do avião bimotor que caiu entre as cidades de Ubatuba (SP) e Paraty (RJ), há mais de uma semana, afirma que uma mochila encontrada no mar pela Marinha no último sábado (28) pertence ao filho. Segundo a esteticista Ana Regina Agostinho, de 43 anos, não há dúvidas de que o item é de José Porfírio de Brito Júnior, 20 anos.
“A assessoria de imprensa da Marinha me ligou ontem [1º], ao meio-dia, e falou que se solidarizava com a família e iriam dar os informes duas vezes ao dia. Eles não deram retorno ontem à noite. Estou esperando alguma notícia hoje. Além disso, eles me falaram que a bolsa achada era do meu filho e que era para a gente ir até São Sebastião, na delegacia, pegar. Eu pedi que eles (a Marinha) nos entregassem, já que estamos nas buscas. Desconversaram”, escreveu ela em uma rede social.
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Ana Regina também disse que conta com a ajuda de familiares e amigos na busca pelo filho, que segue desaparecido. “É uma guerra a procura do meu filho. Criamos grupos de WhatsApp para as buscas dos dois. Eu tenho certeza de que o meu filho está vivo e, se Deus quiser, vamos achá-los vivos. As buscas pelo avião não vão parar”, destacou.
Além do copiloto, estavam na aeronave um passageiro e o piloto Gustavo Carneiro, de 27 anos, cujo corpo foi encontrado no último dia 25 e, depois, reconhecido por parentes.
Desaparecimento
O bimotor que desapareceu saiu às 20h30 do último dia 24 do Aeroporto dos Amarais, em Campinas, e pousaria no Aeroporto de Jacarepaguá. Durante o trajeto, a torre de comando no Rio de Janeiro perdeu o contato às 21h40.
Na ocasião, o Centro de Coordenação de Salvamento Aeronáutico de Curitiba (ARCC-CW), unidade da Força Aérea Brasileira (FAB) responsável por coordenar as operações de buscas aéreas na região, foi notificado logo depois sobre o desaparecimento da aeronave. Assim, as buscas foram iniciadas na madrugada seguinte e, no dia 25, encontrados os destroços que podem ser do bimotor.
De acordo com dados da Agência Nacional de Aviação Civil, a aeronave, modelo PA-34-220T, estava em situação normal, com autorização para realizar voos noturnos. Porém, não poderia fazer táxi aéreo, conforme consta no Registro Aeronáutico Brasileiro (RAB).
O bimotor, fabricado em 1981, tinha o Certificado de Verificação de Aeronavegabilidade (CVA) válido e venceria em 6 de agosto de 2022.
Pedido de ajuda
A empresa aérea Gol informou na quarta-feira (1º) que vai entregar ao Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) a conversa entre um comandante de um Boeing e o piloto Gustavo Carneiro. Foi o profissional da aeronave de grande porte que explicou ao comandante do avião de pequeno porte como ele deveria proceder no momento da queda.
Segundo a Gol, Carneiro pediu socorro por rádio quando notou que o aparelho que comandava teve uma pane. Na conversa, o piloto do Boeing teria listado os protocolos a serem seguidos.
A gravação poderá ajudar a identificar o que causou o acidente.