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‘Novo Lázaro’ confirma à polícia que sabia que esposa estava grávida antes de matá-la

Caseiro, que também assumiu morte da enteada e de fazendeiro, disse que chegou a acompanhar a mulher em ultrassom

Caseiro Wanderson Mota Protácio, de 21 anos, durante depoimento à Polícia Civil, em Goiás (Divulgação/Polícia Civil)

O caseiro Wanderson Mota Protácio, de 21 anos, que confessou ter matado a esposa grávida, em Corumbá de Goiás, disse em depoimento à polícia que sabia que ela esperava um filho dele. Além da vítima, ele também admitiu ter matado a enteada e um fazendeiro. O homem, que se entregou após seis dias de buscas, recebeu o apelido de “Novo Lázaro”, em alusão ao assassino em série morto em junho deste ano.

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Durante o depoimento, os investigadores questionaram o caseiro se ele tinha ciência da gravidez da esposa, Ranieri Aranha, de 19 anos, e se, mesmo assim, ele a esfaqueou. Wanderson confirmou que sabia que ela estava de quatro meses. “Já tinha feito ultrassom e tudo”, disse ele, destacando que acompanhou a mulher no exame.

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O caseiro se entregou às autoridades no último sábado (4) após invadir uma fazenda em Gameleira de Goiás. Na ocasião, ele confessou ter matado as três pessoas em Corumbá de Goiás com “frieza”, contou o secretário de Segurança Pública de Goiás, Rodney Miranda.

“Ele está tranquilo, está falando, não está negando nada. Mesma frieza. Está querendo justificar o injustificável, tentando encontrar desculpas, mas está se contradizendo. Mas já assumiu”, afirmou o secretário.

Ainda segundo Miranda, o caseiro entregou a arma usada nos crimes e uma grande quantidade de munições. O homem ainda confessou que cometeu um assassinato no Maranhão e um latrocínio em Minas Gerais.

Já a defesa de Wanderson disse que ao site G1 que ele demonstrou “aflição em razão das ameaças que está sofrendo por parte de outros presos” e que é nítido o “arrependimento de suas práticas delituosas.”

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Sete crimes

A Polícia Civil de Goiás diz que o caseiro deve responder por sete crimes. Se somadas, as penas podem ultrapassar 120 anos de prisão.

De acordo com o delegado Tibério Martins, o caseiro deve ser indiciado por duplo homicídio qualificado por feminicídio; aborto, já que a esposa dele estava gestante; latrocínio consumado; latrocínio tentado; furto qualificado; tentativa de estupro e porte ilegal de arma.

Ainda segundo o investigador, as penas podem ser agravadas, caso o juiz considere o fato dele ter matado a esposa na frente da enteada.

Caseiro Wanderson Protácio é suspeito de matar três pessoas em Corumbá de Goiás
Caseiro Wanderson Protácio confessou ter matado a esposa grávida, a enteada e fazendeiro, em Goiás Redes sociais (Reprodução)

Mortes em Corumbá de Goiás

Wanderson estava foragido desde o dia 28, quando os crimes foram cometidos. As vítimas são a mulher dele, Ranieri; a enteada Geysa Aranha, de 1 ano e oito meses; e o fazendeiro Roberto Clemente, de 73 anos.

Segundo a investigação, na ocasião, o caseiro procurou o patrão dizendo que a esposa estava passando mal. Assim, ele foi até a casa em que estava a mulher para prestar socorro. Enquanto isso, Wanderson aproveitou para invadir a casa e furtar um revólver calibre 38.

De posse da arma, ele foi até a casa de Clemente e o matou com um tiro. Depois, tentou estuprar a esposa da vítima, que conseguiu fugir, mas foi baleada no ombro. A mulher foi socorrida e está fora de perigo.

Em seguida, o suspeito roubou a caminhonete do fazendeiro e fugiu. Na casa de Wanderson, foram encontrados os corpos da esposa e da enteada dele, ambas mortas a facadas.

A caminhonete foi abandonada na GO-225, ainda em Corumbá de Goiás, após sair da pista. As buscas pelo suspeito, no entanto, levaram seis dias em várias cidades do Entorno do Distrito Federal, até que ele se entregou.

Antecedentes criminais

O caseiro já foi preso por tentar matar uma ex-mulher a facadas, em Goianápolis, em 2019. Na ocasião, ele atingiu a mulher nas costas até que a faca se quebrasse em três partes.

A vítima sobreviveu e Wanderson, que na época tinha 18 anos, cumpriu pena até março deste ano, quando foi solto.

Ao narrar os fatos para o juiz, ele riu e afirmou que não se lembrava do ocorrido, pois havia feito uso de drogas e álcool.

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