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Casal diz que ‘fugiu’ de cruzeiro antes de quarentena por surto de covid-19

Um casal afirma que fugiu do MSC Splendida, que fazia um cruzeiro de réveillon, antes da decretação de quarentena após um surto de covid-19. O navio retornou às pressas ao Porto de Santos, no litoral sul de São Paulo, e teve as atividades suspensas. Antes disso, o casal diz que desembarcou escondido com medo de se contaminar com a doença.

Em entrevista ao site G1, a empresária Sofia Maria Dias Nadelicci, de 20 anos, contou que ela e o namorado, o estudante Ademar Gandra dos Santos Silva, de 24, perceberam que os protocolos sanitários contra a covid-19 não foram seguidos e, por isso, decidiram deixar a embarcação.

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“No dia 27, fugimos do navio, em Porto Belo, porque percebemos que não havia qualquer preocupação com a covid lá dentro. O problema só virou notícia no dia 28, quando a Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária] impediu os passageiros de descerem do navio em Balneário Camboriú. A gente fugiu por um triz. Sou extremamente grupo de risco, e se não tivéssemos saído aquele dia, só Deus sabe o que teria acontecido. Tenho alto grau de imunossupressão”, relatou a empresária.

Ainda segundo Sofia, enquanto ainda estava no MSC Splendida, percebeu que muitas pessoas não faziam o uso de máscaras e que os elevadores ficavam lotados.

A empresária disse que outros passageiros que estavam em uma viagem anterior seguiam isolados no navio por conta do coronavírus. “Essas pessoas foram embora em vans da Anvisa. Na hora do jantar, não tinha nenhum protocolo, milhares de pessoas sem máscara, tudo lotado. As mesas coladas umas nas outras. Eu comecei a sentir uma energia muito pesada lá dentro, e a passar mal de nervoso”, lembrou ela.

Sofia destacou que chegou a pedir para desembarcar, mas foi informada que se fizesse isso ficaria sem o reembolso pelas passagens. Mesmo assim, com medo de se contaminar, o casal decidiu deixar o navio.

Em nota, a MSC Cruzeiros afirmou que está operando desde agosto de 2020, e que, até o momento, recebeu, com segurança e responsabilidade, mais de 1 milhão de hóspedes em seus navios em todo o mundo, graças a um protocolo de saúde e segurança que foi reconhecido como tendo estabelecido o padrão para a indústria em geral e outros setores.

Segundo a companhia, o protocolo de saúde e segurança, definido e aprovado pela Anvisa, e que está alinhado ao protocolo global, prevê que, no momento do embarque, todos os hóspedes com 12 anos ou mais devem apresentar comprovante de vacinação completa contra a covid-19, e todos os hóspedes com 2 anos ou mais precisam apresentar um teste RT-PCR negativo feito dentro de 72 horas, ou um teste de antígeno realizado dentro de 24 horas antes do embarque.

O texto destaca, ainda, que um questionário de saúde preenchido dentro de seis horas do início da viagem também é requerido, que toda a tripulação tem o ciclo completo de vacinação e é testada semanalmente, além de 10% da equipe ser testada diariamente.

Surto em cruzeiros

Dados da Anvisa apontam que cinco embarcações que operam com cruzeiros no país registraram 798 casos de covid-19 em apenas 9 dias. Por isso, o órgão recomendou ao Ministério da Saúde a suspensão provisória imediata da temporada de navios no Brasil.

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Na segunda-feira (3), a Associação Brasileira de Navios de Cruzeiros (Clia Brasil) informou que a medida foi acatada e que as companhias vão paralisar as operações até o próximo dia 21.

Segundo a Anvisa, desde o início da temporada de cruzeiros, no dia 1º de novembro de 2021, eram 31 casos confirmados da doença entre passageiros e tripulantes dos navios. Porém, nos últimos nove dias, houve um surto e mais 798 casos foram registrados.

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