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Médico filma homem negro preso com correntes e ironiza: ‘vai ficar na minha senzala’

Polícia Civil recebeu uma série de denúncias depois que as imagens viralizaram nas redes sociais

Médico filma funcionário negro acorrentado em Goiás
Médico filma funcionário negro acorrentado em Goiás Polícia Civil (Divulgação)

Um médico é investigado por injúria racial ao filmar um homem negro preso com correntes em Goiás. “Vai ficar na minha senzala”, diz o profissional no vídeo, rindo.

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A Polícia Civil recebeu uma série de denúncias depois que as imagens viralizaram nas redes sociais. Elas foram postadas na terça-feira (15).

Veja o vídeo compartilhado pela TV Mais Goiás no YouTube:

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O médico se trata de Marcos Antônio Souza Júnior. Em postagem anteriores, ele e o rapaz - funcionário de sua fazenda - conversam em tom de brincadeira.

Procurado, o Cremego (Conselho Regional de Medicina) disse que não vai comentar o caso.

Novo vídeo

Por conta da repercussão negativa, Marcos gravou um novo vídeo ao lado do funcionário na última quarta-feira (16) para dizer que não houve situação de escravidão.

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“E ai, camarão. O povo está enchendo o saco. O que você acha disso?”, diz o médico. O funcionário responde: “O povo tem é que trabalhar. A vida melhor que Deus deu para o homem foi trabalhar, moçada”. O médico completa: ”Aqui é tranquilidade, paz. Não tem nada de escravidão. Quem não queria uma vida dessa”.

O rapaz acorrentado nas filmagens confirmou à Polícia Civil que a gravação não passou de uma piada.

Caso de polícia

A Polícia Civil abriu um inquérito para apurar o crime. Segundo o delegado Gustavo Cabral, mesmo o funcionário alegando que a situação era uma brincadeira, o médico pode pegar até cinco anos de prisão.

“Apesar da vítima informar que partiu dela essa iniciativa e que não deseja representar contra esse médico por eventual constrangimento ou injúria, nós observamos a possibilidade de estar caracterizando o crime previsto no artigo 20, da lei de crimes raciais, por ele, aparentemente, ter incitado e induzido à prática de racismo”, explicou Cabral ao G1.

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