Atualizada às 17h17
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O vice-presidente Hamilton Mourão disse nesta quinta-feira, 24, que o Brasil não tem posição neutra com relação à invasão da Rússia à Ucrânia. Questionado pela imprensa, ele disse mais cedo, antes de entrar no Palácio do Planalto: “O Brasil não está neutro. O Brasil deixou muito claro que ele respeita a soberania da Ucrânia. Então, o Brasil não concorda com uma invasão do território ucraniano. Isso é uma realidade”.
Mourão disse ainda que as sanções econômicas que estão sendo aplicadas à Rússia “não funcionam”. E continuou: “Tem que haver o uso da força. Realmente um apoio à Ucrânia maior do que o que está sendo colocado. Essa é a minha visão”, disse o vice-presidente.
O presidente Bolsonaro declarou, através de sua conta no Twitter que a Embaixada do Brasil em Kiev se encontra pronta para auxiliar os brasileiros que estão na Ucrânia. “Caso necessitem de auxílio para deixar a Ucrânia, devem seguir as orientações do serviço consular da Embaixada e, no caso dos residentes no leste, deslocar-se para Kiev assim que as condições de segurança o permitam”.
Itamaraty
Uma nota de divulgada hoje pelo Ministério das Relações Exteriores brasileiro informou que o Governo acompanha com preocupação a escalada da violência e “apela à suspensão imediata das hostilidades e ao início de negociações conducentes a uma solução diplomática para a questão, com base nos Acordos de Minsk e que leve em conta os legítimos interesses de segurança de todas as partes envolvidas e a proteção da população civil”.
A nota do Ministério das Relações Exteriores brasileiro não intitula a ação russa de “invasão”, como está sendo tratada por outros países como Estados Unidos, França e Reino Unido, por exemplo.
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O Brasil é um país membro do Conselho de Segurança das Nações Unidas e, conforme esclareceu o MRE na nota, trata de atuar na “defesa de soluções orientadas pela Carta das Nações Unidas e pelo direito internacional”.
A orientação do Itamaraty para os brasileiros que estão na Ucrânia, que segundo o ministério são cerca de 500 pessoas, é de que eles encontrem uma forma de se deslocar para Kiev “assim que as condições de segurança o permitam”. O ministério não menciona em operação especial de apoio aos brasileiros para ajudar nessa transferência.
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Bolsonaro e Putin
No dia 15 de fevereiro o presidente Jair Bolsonaro iniciou uma viagem diplomática à Rússia. Um movimento avaliado como um dos mais arriscados do seu mandato. O encontro entre Bolsonaro Putin aconteceu em meio à crise que antecedeu o ataque russo desta quinta-feira à Ucrânia.
Na ocasião, Bolsonaro disse ser solidário à Rússia, embora não tenha especificado sobre o que se referia a essa solidariedade. A declaração gerou um desgaste desnecessário para a diplomacia brasileira, principalmente com relação aos Estados Unidos, já que soou como um apoio à posição de Putin no conflito.
Nesta quinta-feira, 24, o presidente esteve na cidade de São José do Rio Preto, no interior de São Paulo. Durante seu discurso ele não tocou no assunto da invasão russa à Ucrânia em 20 minutos de fala.
No Twitter, o assessor para assuntos internacionais do presidente, Filipe Martins, disse que o presidente e o governo acompanham “de perto” a situação na Ucrânia.