Dois ex-militares do Exército brasileiro integram a Legião Internacional de Defesa Territorial da Ucrânia. A tropa é formada por cerca de 20 mil estrangeiros com treinamento militar que queiram combater os russos, de acordo com o governo ucraniano. Eles contaram ao UOL como tem sido a experiência.
O paulista André Kirvaitis e o pernambucano Leanderson Paulino, ambos de 27 anos e com residência fixa na Europa, disseram integrar uma unidade especial com outro combatente brasileiro e dois portugueses.
“Eu fui convidado para fazer parte de uma tropa especial, não estou mais como um militar convencional. No meu pelotão, estão os melhores. Militares de várias nacionalidades, que já operaram no Afeganistão, Iraque e Síria. São guerreiros experientes”, disse Paulino à reportagem. Ele deixou Londres, na Inglaterra, para se apresentar às forças ucranianas.
Já Kirvaitis contou que foi de carro da Alemanha até a Polônia, onde se alistou na fronteira com a Ucrânia. “A gente veio para ajudar a Ucrânia, porque os outros países não estão fazendo nada. Não tem como deixar o povo à mercê de ser invadido por outro país.”
Brasil estampado na farda
A reportagem do UOL destacou que no braço esquerdo do uniforme de Paulino é possível ver as bandeiras da Ucrânia e do Brasil. Logo abaixo, se lê “Caatinga”, em referência ao centro de instrução e operações do Exército brasileiro destinado à formação de combatentes com técnicas de sobrevivência em Petrolina, interior pernambucano.
Já Kirvaitis exibe em seu uniforme uma bandeira da França, uma vez que nos últimos anos integrou a legião estrangeira francesa.
Paradeiro desconhecido
Por questão de segurança, os ex-militares não podem revelar sua localização na Ucrâni. Nas redes sociais, porém, compartilham imagens em zonas de combate.
“Nem a minha mãe sabe da minha exata localização. Ela só sabe que estou na Ucrânia”, disse Paulino, que conta com mais de 33 mil seguidores em seu perfil no Instagram.
Kirvaitis mostrou em suas redes sociais imagens do seu deslocamento até a fronteira com a Polônia há uma semana. Ao UOL, fez um apelo: “Tem sempre uma forma de ajudar, com doações, postando alguma coisa na internet ou fazendo manifestação para essa guerra acabar”.