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Alunas de escola em São Paulo são retiradas da sala por usarem cropped

Membros da diretoria disseram que a escola não iria se responsabilizar por queixas de assédio, sendo que as alunas escolheram se vestir daquela forma.

Na quarta-feira (9) deste mês, um grupo de alunas da Escola Estadual Anhanguera, localizada em São Paulo, denunciaram a instituição de ensino por removê-las da sala de aula por conta de suas vestimentas. As garotas usavam croppeds, regatas e calças rasgadas. Informações são do portal Correio Braziliense.

Cerca de 16 estudantes relataram terem sido levadas à secretaria, sendo repreendidas pelo uso das roupas. Colaboradores da diretoria disseram que a escola não iria se responsabilizar por queixas de assédio por parte de alunos homens, devido à forma na qual a meninas estavam vestidas.

“Um dia depois da comemoração do Dia Internacional das Mulheres, funcionárias que cumpriam ordens passaram nas salas de aula pedindo para que todas as alunas mulheres se levantassem. Aquelas alunas que estavam de regata, cropped, calça rasgada ou qualquer vestimenta que a escola julgasse inapropriada, foram retiradas da sala de aula e conduzidas até a secretaria da escola”, relataram.

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Além disso, as estudantes contaram que durante a fiscalização, as meninas que usavam blusa de frio foram obrigadas a tirarem as peças, para serem checadas em relação às roupas usadas por debaixo. Na secretaria, as alunas foram informadas de que suas vestimentas poderiam provocar assédio causado pelos alunos homens, e caso acontecesse, a escola não se responsabilizaria pelas denúncias, já que as meninas decidiram usar aquele tipo de roupa.

A manifestação das estudantes

De acordo com o Correio Braziliense, as alunas disseram ter criado uma página no Facebook para assegurar que casos como esse não aconteçam mais na instituição e ajude outras meninas. “Estamos aqui por direito garantido e solicitando o apoio da comunidade, de nossos pais/responsáveis, de nossos colegas homens e de todas as pessoas que acreditam que mulheres tem que ser respeitadas independente da roupa que escolhem usar, para que possamos pensar e construir uma sociedade menos machista!”, frisaram.

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As estudantes foram contra a declaração da escola sobre os assédios que poderiam ser causados. As alunas pontuaram que “a nossa cultura prefere ensinar as vítimas a terem medo e sentirem culpa pela roupa que usam, do que educar as pessoas”, além de ressaltarem que toda mulher merece respeito.

Na sexta-feira (11), o grupo de alunas fez um protesto com cartazes na instituição de ensino, com frases reivindicando respeito. De acordo com o advogado Ariel de Castro Alves, do Instituto Nacional de Direitos da Criança e do Adolescente, o ocorrido entra em contradição com as finalidades educacionais do ambiente escolar.

A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo relatou que o ocorrido “não condiz com as orientações da pasta” e que o caso será avaliado, para assim reorientar todos os funcionários da escola.

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