De acordo com o delegado que está investigando o caso do adolescente de 13 anos que matou a mãe, o irmão e baleou o pai no último sábado, na cidade de Patos, na Paraíba, em nenhum momento de seu depoimento o jovem chorou ou manifestou qualquer arrependimento pela morte da família.
Segundo o delegado, ele admitiu que atirou no pai, na mãe e no irmão, mas chegou a ficar surpreso e, aparentemente, frustrado, ao saber que o pai, baleado no peito, ainda estava vivo, internado no hospital em estado grave e com possível tetraplegia.
Ele confirmou ao delegado que vinha sendo pressionado pela família para estudar e ajudar nas tarefas domésticas e não podia jogar em seu celular. “Eu tava sendo muito ameaçado com isso. Já tinham tirado o meu celular várias e várias vezes”, disse o jovem.
A “gota d’água, segundo ele, foi quando seu pai confiscou seu celular por seu baixo desempenho escolar. Ele usou a arma do próprio pai, que é policial militar, para cometer os crimes.
“Antes de eu dar um tiro ele falou ‘solte essa arma... Ele perguntou por que que eu fiz isso [após o tiro]. Aí eu respondi: Por causa que eles viviam me pressionando por causa de nota. Porque eles não me deixavam praticar as outras atividades, não deixavam eu fazer quase nada e eu me sentia pressionado com isso)”, disse o adolescente em seu depoimento.
“É um caso chocante, terrível”, disse o delegado Renato Leite, que esclareceu que o inquérito está quase concluído embora o pai, ainda internado, não tenha sido ouvido.
O adolescente foi encaminhado para o Centro Socioeducativo de Souza, no interior da Paraíba, onde deve permanecer inicialmente por 40 dias.
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PAI ESTÁ TETRAPLÉGICO
O pai do garoto que foi baleado na região do tórax está internado no Hospital de Trauma de Campina Grande, em estado grave, com fragmentos de bala alojados em sua coluna e deverá ser operado.
De acordo coma equipe médica, ele está com dificuldade de mover a parte inferior do corpo, mas ainda está em avaliação para determinar o tratamento mais adequado.