O jornalista Gabriel Luiz, que foi esfaqueado em uma tentativa de latrocínio no Distrito Federal, em abril passado, falou que não tinha noção da gravidade do ataque de que foi vítima. “Eu fui redescobrindo, a cada hora eu via uma cicatriz. No momento [do ataque] eu não sabia que era tão grave, tanto que eu fui correndo pedir ajuda para o porteiro”, disse ele em entrevista ao programa “Encontro”, da TV Globo.
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O repórter investigativo, que atua na TV Globo há mais de seis anos, foi atacado por criminosos no último dia 15 de abril, quando quando chegava em casa, no Sudoeste, região administrativa do Distrito Federal. Ele foi esfaqueado e os criminosos fugiram levando seu celular e R$ 250.
Na ocasião, Gabriel foi levado ao Hospital de Base de Brasília, onde foi atendido com hemorragia. Ele sofreu ferimentos no pescoço, abdômen, tórax e perna, e teve perfurações no estômago, no pulmão, no pâncreas e no diafragma, além do braço e do pulso.
Ele contou que percebeu quando foi abordado e que se tratava de um assalto e não reagiu. “Eu faço krav magá, sou faixa laranja em defesa pessoal e tudo mais, eu nem pensei em reagir, porque achei que era alguém doido que estava brincando. Mas ele começou a me esfaquear e eu vi que era sério”, contou, lembrando que correu para a portaria do prédio em que mora e foi socorrido por vizinhos.
Apesar de saber que estava ferido, ele contou que não tinha noção de que tinha sofrido tantas lesões. Mesmo ao descobrir, tinha fé de que ia se recuperar. “Alguma coisa dentro de mim dizia que eu não ia morrer. Eu tinha essa sensação que falava que não ia ser”, relatou.
Agora, Gabriel pretende mudar de endereço. “Não quero mais voltar no lugar onde eu tava porque outras situações já tinham acontecido. Às vezes recebia dossiês em casa, já recebi marmita sem nome de ninguém (...) Tudo me leva a não voltar mais pra lá”, disse.
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Prisão dos criminosos
O jovem José Felipe Leite Tunholi, de 19 anos, foi preso e confessou ter esfaqueado o jornalista. Além dele, um adolescente foi apreendido por envolvimento no crime.
Na semana passada, o Tribunal de Justiça do Distrito Federal aceitou a denúncia contra Tunholi por tentativa de latrocínio e corrupção de menores. Ele permanece preso, assim como o adolescente.