Entre os 25 mortos na operação que a polícia realizou na Vila Cruzeiro, na Penha, Rio de Janeiro, nesta terça-feira, está a cabeleireira Gabrielle Ferreira da Cunha, de 41 anos, que não tinha nenhuma ligação com o crime organizado, segundo apurou o G1.
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Segundo a polícia, ela foi atingida por um tiro de arma de longa distância dentro de sua casa, na Chatuba, comunidade vizinha ao local da operação, e morreu no local. Seu corpo foi enterrado no início da tarde desta quarta-feira no Cemitério São Francisco Xavier, no Caju, zona norte do Rio.
A Polícia militar disse que soldados do Bope (Batalhão de Operações Especiais) e da Polícia Rodoviária Federal foram atacados a tiros quando iniciavam uma operação na comunidade com objetivo de prender os chefes do Comando Vermelho que se escondiam na Vila Cruzeiro. Segundo a polícia, a comunidade abrigava lideranças de facções saídas de outras favelas, como, como Jacarezinho, Mangueira, Providência e Salgueiro (São Gonçalo).
Entre os mortos, de acordo com a PM, pelo menos 15 eram procurados pela polícia por ligação com o tráfico de drogas.
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Sobre a morte da cabeleireira, o governador do Rio, Cláudio Castro, disse, em postagem no Twitter:
“Quem aponta uma arma contra a polícia está apontando uma arma contra toda sociedade. Isso jamais vamos tolerar. Eu luto por um Rio de paz. Toda morte é lamentável, mas todos sabemos que nossas responsabilidades impõem que estejamos preparados para o confronto.”
Representantes do Ministério Público Federal e do Rio de Janeiro abriram investigação para apurar a conduta da polícia e possíveis violações. Os procuradores solicitam às polícias envolvidas na ação informações sobre número de agentes, qualificação, relatório final e detalhado da operação e local da realização do resumo e cópia da ordem de serviço da operação.