A Prefeitura de São Paulo acompanhou a decisão do governo do Estado e recomendou a volta do uso da máscara facial contra a covid-19 em ambientes fechados no início deste mês. A obrigatoriedade do equipamento de proteção segue apenas em unidades de saúde e no transporte coletivo - pelo menos por enquanto.
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O objetivo é proteger a população no momento em que se observa o aumento do número de casos e internações pela doença, o que evidencia que a pandemia ainda não acabou.
Nesta fase atual, muitos ainda têm dúvida sobre como, quando e onde usar a máscara. O Metro World News conversou com a infectologista Raquel Stucchi, membro da SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia) para esclarecer os principais pontos.
A especialista afirma que a convivência há dois anos com o vírus já nos faz entender quais são os lugares mais perigosos. “Devemos manter o uso de máscara facial em ambientes fechados, sem ventilação natural, com muitas pessoas ou onde teremos uma permanência longa. Em locais abertos, mas com aglomeração, como no caso de shows ao ar livre e jogos de futebol, também há essa necessidade.”
Há, contudo, aqueles que devem redobrar a atenção ao uso da máscara e torná-la quase obrigatória. São eles: quem ainda não foi vacinado - ou porque não quis ou no caso de crianças abaixo de 5 anos -, pessoas que estão com a vacinação incompleta e aquelas com imunossupressão, independentemente da idade. “Essas deveriam usar máscara sempre que saem de casa, principalmente em ambientes fechados, como centros comerciais, igrejas, supermercados, cinema, teatro e restaurante”, diz Raquel.
Entre familiares e amigos
Em relação a encontros familiares ou entre amigos, os cuidados também devem ser mantidos. “As pessoas que têm o risco de adoecimento mais grave, que não completaram seu esquema vacinal ou não se vacinaram devem manter o uso de máscara nesses eventos também”, lembra a infectologista, que alerta ainda para o benefício do autoteste em reuniões privadas. “Um autoteste, desde que colhido com a técnica correta, de acordo com a recomendação da embalagem, vai indicar se a pessoa naquele dia está transmitindo o vírus ou não. Se o autoteste der negativo, significa que ela não está transmitindo. Se der positivo, ela não deve ir naquele encontro”, completa.
Uma outra indicação de uso de máscaras é no caso de apresentação de sintomas respiratórios. “Mesmo que se teste negativo, sabemos que às vezes a indicação é repetir o teste 48 horas depois. Então quem tem sintoma respiratório deve usar máscara por, no mínimo, 10 dias”, enfatiza.
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Qual a melhor escolha?
Por fim, Raquel lembra que as máscaras de tecido não devem ser a primeira opção. “É claro que qualquer máscara é melhor do que máscara nenhuma, mas seria interessante escolher a máscara cirúrgica - seu oferecimento, aliás, deveria ser uma obrigação do poder público.”
Ao fazer uso da máscara descartável é importante lembrar que devemos trocá-la cada quatro horas. “Caso opte pela máscara tipo PFF2, tenha em mente que sua vida útil pode alcançar até uma semana desde que a pessoa cuida dela direitinho, não a sujando ou molhando”, explica.