A Polícia Federal encontrou “remanescentes humanos” no local das buscas pelo indigenista Bruno Araújo Pereira e o jornalista inglês Dom Phillips, desaparecidos desde 5 de junho na região do Vale do Javari, na Amazônia. Na noite de quarta-feira (15), a corporação confirmou que Amarildo da Costa Oliveira, conhecido como “Pelado”, confessou ter matado os dois.
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Policiais levaram “Pelado” até a região onde ele afirma ter enterrado os corpos. A equipe saiu de Atalaia do Norte e navegou por 1h40 pelo rio Itaguaí, depois caminhou por 25 minutos pela mata, até encontrar o local.
Lá, foram recolhidos os “remanescentes humanos”. O material foi colocado em sacolas e levado para Atalaia do Norte e, depois, seguirão para Brasília para a confirmação das identidades. Só depois disso os restos mortais serão entregues às respectivas famílias para os funerais.
O delegado Guilherme Torres da Polícia Civil do Amazonas afirmou que “tudo leva a crer” que os restos humanos encontrados são de Dom e Bruno. No entanto, ressaltou que só após a perícia haverá essa confirmação.
Além de Amarildo, também está preso um irmão dele, Oseney da Costa de Oliveira, conhecido como “Dos Santos”, mas, segundo a PF, ele não confessou envolvimento no caso. A participação no crime de uma terceira pessoa, citada por Amarildo, está sendo investigada e novas prisões não estão descartadas.
Segundo os relatos de “Pelado”, Pereira e Phillips foram mortos a tiros, desmembrados e tiveram seus corpos queimados e enterrados em meio às matas. Os motivos dos assassinatos seriam as denúncias de pesca ilegal.
Ele disse ainda que sua participação se resumiu a enterrar os corpos já carbonizados e que uma segunda pessoa havia dados os tiros, mas a PF diz que as circunstâncias do crime ainda são devidamente apuradas.
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Desaparecimento e ameaças
Pereira e Phillips partiram da Comunidade São Rafael no dia 5 de junho rumo a Atalaia do Norte, em uma viagem que deveria durar no máximo duas horas, mas nunca chegaram ao local.
De acordo com a União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja), Pereira era constantemente ameaçado por denunciar os madeireiros, garimpeiros e pescadores ilegais e era um profundo conhecedor da região, tendo sido coordenador da Funai em Atalaia do Norte.
Já Phillips morava em Salvador e escrevia sobre o Brasil há 15 anos para jornais como “Washington Post”, “The New York Times” e “Financial Times. Ultimamente, ele estava escrevendo um livro sobre meio ambiente.