O pescador Amarildo de Oliveira, réu confesso do assassinato do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips, disse em seu depoimento à polícia que agiu sozinho porque estava irritado com ações do indigenista contra a pesca e a caça ilegal no Vale do Javari, sua principal fonte de sustento.
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Ontem, enquanto ele levava a Polícia Federal para o local onde estavam enterrados os corpos, ele negou que o crime tenha sido encomendado, mas a polícia acredita que Amarildo, conhecido na região como ‘Pelado’, apenas cumpria ordens.
A polícia trabalha com a hipótese de cinco participantes do crime, mas o principal suspeito é conhecido na região como “Colômbia”, responsável pela compra de toda pesca ilegal do Vale do Javari.
Por enquanto, permanecem presos na sede da Polícia Federal do Amazonas os irmãos Amarildo e Oseney da Costa Oliveira.
As investigações, segundo a Polícia Federal, seguem em sigilo e ainda não é possível afirmar com certeza que as denúncias contra a pesca ilegal seriam o motivo exclusivo do assassinato dos dois.
Os “remanescentes humanos” dos corpos de Bruino e Dom foram levados de avião para Brasília nesta quinta-feira, onde serão periciados pelo Instituto Nacional de Criminalística.
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Os relatos do pescador afirmam que os dois foram mortos a tiros, tiveram seus corpos desmembrados, queimados e enterrados em meio à mata.
De acordo com a União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja), Pereira era constantemente ameaçado por denunciar os madeireiros, garimpeiros e pescadores ilegais e era um profundo conhecedor da região, tendo sido coordenador da Funai em Atalaia do Norte.
Já Phillips morava em Salvador e escrevia sobre o Brasil há 15 anos para jornais como “Washington Post”, “The New York Times” e “Financial Times. Ultimamente, ele estava escrevendo um livro sobre meio ambiente.