A Polícia Federal continua as investigações sobre os assassinatos do indigenista Bruno Pereira e do jornalista inglês Dom Phillips, no Amazonas. Além dos dois presos, a corporação apura se pelo menos mais três pessoas tiveram envolvimento no caso.
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Conforme reportagem da “GloboNews”, as informações colhidas até o momento pelos investigadores apontam que três pessoas participaram ativamente nas mortes, uma quarta na tentativa de ocultar os restos mortais, além de uma quinta, que seria o possível mandante.
No entanto, as fontes ressaltaram que, a medida que a investigação avança, novos suspeitos podem aparecer. A polícia deve, em breve, pedir a prisão de um terceiro envolvido.
Por enquanto, estão presos os irmãos Amarildo da Costa Oliveira, conhecido como “Pelado”, que confessou o crime na quarta-feira (15), e Oseney da Costa de Oliveira.
O superintendente da Polícia Federal (PF) no Amazonas, Alexandre Fontes, ressaltou em entrevista coletiva que as investigações seguem em sigilo e que, ainda, não é possível dizer a motivação do crime.
‘Remanescentes humanos’
A Polícia Federal encontrou na noite de quarta-feira “remanescentes humanos” no local das buscas pelo indigenista Bruno Araújo Pereira e o jornalista inglês Dom Phillips. Esse material foi levado de avião até Brasília, onde chegou no início da noite de quinta-feira (16).
Os restos mortais chegaram em caixões e serão periciados a partir desta sexta-feira (17) pelo Instituto Nacional de Criminalística, no Setor Policial Sul. Só depois disso deverá ser feita a confirmação da identidade das vítimas.
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Segundo os relatos de “Pelado”, que conduziu os policiais até o local onde os “remanescentes humanos” estavam, Pereira e Phillips foram mortos a tiros, desmembrados e tiveram seus corpos queimados e enterrados em meio às matas. Os motivos dos assassinatos seriam as denúncias de pesca ilegal.
Ele disse ainda que sua participação se resumiu a enterrar os corpos já carbonizados e que uma segunda pessoa havia dados os tiros, mas a PF diz que as circunstâncias do crime ainda são devidamente apuradas.
Desaparecimento e ameaças
Pereira e Phillips partiram da Comunidade São Rafael no dia 5 de junho rumo a Atalaia do Norte, em uma viagem que deveria durar no máximo duas horas, mas nunca chegaram ao local.
De acordo com a União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja), Pereira era constantemente ameaçado por denunciar os madeireiros, garimpeiros e pescadores ilegais e era um profundo conhecedor da região, tendo sido coordenador da Funai em Atalaia do Norte.
Já Phillips morava em Salvador e escrevia sobre o Brasil há 15 anos para jornais como “Washington Post”, “The New York Times” e “Financial Times. Ultimamente, ele estava escrevendo um livro sobre meio ambiente.