O superintendente da Polícia Federal do Amazonas, Eduardo Fontes, disse em entrevista à Rádio Gaúcha que o jornalista britânico Dom Phillips não era o alvo dos matadores, e sim o indigenista Bruno Pereira.
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“O jornalista, ao que tudo indica, estava no lugar errado, na hora errada, com a pessoa errada. A questão era o Bruno, que era o grande problema deles ali, que dificultava na questão da pesca ilegal”, disse.
Os dois foram mortos, esquartejados e tiveram seus corpos queimados e enterrados no meio da mata para dificultar as buscas da polícia no início de junho, na região do Vale da Javari, na Amazônia. Dez dias depois, Amarildo da Costa Oliveira, o Pelado, confessou o crime.
Além de Amarildo, mais duas pessoas foram presos pelo duplo homicídio, mas segundo a Polícia Federal, pelo menos oito pessoas tiveram participação na morte do indigenista e do jornalista.
De acordo com Fontes, Bruno fiscalizava a pesca ilegal na região de forma intensa e colecionava desafetos na região, tendo inclusive sido ameaçado por Amarildo (Pelado) durante fiscalizações anteriores.
O superintendente da Polícia Federal disse ainda que Bruno também estava armado e teria reagir após receber o primeiro tiro.
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CONTRADIÇÕES
Durante o trabalho da Polícia Federal de reconstituição do crime, Amarildo contradisse seu depoimento inicial e disse que não foi ele que disparou a arma que matou o indigenista e o jornalista britânico, e sim outro acusado preso, o Jeferson da Silva Lima, conhecido como “Pelado da Dinha”. Amarildo falou que somente tinha ajudado a enterrar os corpos.
Em outro momento da reconstituição, ele disse que viu a discussão entre Bruno e Jeferson de longe, depois que estava no mesmo barco na hora do crime. Após o procedimento, em novo interrogatório, ele voltou a assumir a culpa por todas as mortes.